Bandeirantes - Os produtores rurais se mostram preocupados com a questão ambiental e reconhecem a importância de se fazer um levantamento ambiental em suas propriedades. O produtor Moacir Dalava foi um dos primeiros a preencher o Cadastro Ambiental Rural no sindicato, em Bandeirantes. Ele tem uma propriedade às margens do Rio das Cinzas, no município de Andirá, e agendou um horário para o preenchimento do cadastro assim que recebeu a informação, "para não ficar preocupado com o assunto".
O cadastro da propriedade dele demorou pouco mais de uma hora para ser preenchido. "Acredito que os produtores devem preencher este cadastro o quanto antes para evitar problemas de última hora", aconselha. Pelo tamanho da propriedade, que é de apenas cinco hectares, ele deveria preservar uma faixa de apenas cinco metros de mata às margens do rio, mas possui uma faixa quase 10 vezes maior.
O produtor Guilherme Akutagawa tem 120 hectares de terra em áreas próximas, no município de Bandeirantes. Há cinco anos, ele iniciou o trabalho de recuperação da mata ciliar em uma das propriedades que é banhada por dois córregos. Em um deles, deveria preservar 15 metros de vegetação, mas recuperou o dobro e vai manter este espaço. Ele só lamenta que nem todos tenham o mesmo cuidado com a questão ambiental, mostrando que alguns vizinhos jogam lixo às margens do riacho.
Akutagawa deve agendar o cadastramento de sua propriedade esta semana e espera que o Cadastro Ambiental Rural seja algo definitivo e não apenas mais uma exigência do governo.
O usineiro Serafim Meneghel também se organiza para agendar o cadastramento ambiental em suas propriedades. Ele reconhece a importância de preservação do meio ambiente, em especial das minas e pequenas fontes de água, mas reclama do excesso de legislação sobre o assunto. "Eles aprovam uma nova lei a cada 15 dias. O que já gastei de dinheiro com essas mudanças, daria para comprar uma fazenda. O que espero é que, desta vez, o cadastramento seja definitivo", afirma. (E.A.)