Imagem ilustrativa da imagem Prejuízos com chuvas devem ultrapassar R$ 1 milhão em Abatiá
| Foto: Antônio de Picolli/Divulgação
"Aquilo foi um minitornado. Eu nunca vi nada parecido. O tempo fechou de repente e um redemoinho se formou em cima do barracão. O portão que pesa mais de mil quilos foi arrancado como se fosse uma folha de papel", descreve o agricultor Joaquim Ferreira



Abatiá - Como evitar os estragos de grandes proporções provocados por tempestades no Norte Pioneiro? É possível prever e alertar os moradores sobre os riscos causados por esses temporais? Em algumas cidades o problema se repete sempre que ocorrem períodos chuvosos de maior intensidade, enquanto outras realmente sofrem isoladamente com as consequências dos fenômenos adversos, conforme os organismos de segurança classificam o problema.
Na quinta-feira (20), os moradores de Abatiá sentiram a força da natureza. Um temporal com pouco mais de meia hora de duração causou grande destruição no Centro de Eventos e na zona rural da cidade. Os ventos arrancaram árvores, destruíram barracas, brinquedos e a estrutura dos camarotes da Festa do Peão de Boiadeiro.
Em uma fazenda à margem da PR-436, distante aproximadamente 3 km da cidade, metade de um barracão com 1.800 m² foi destruído pelo vendaval, que, na avaliação do agricultor Joaquim Ferreira, de 60 anos, passou dos 100 km/h. "Aquilo foi um minitornado. Eu nunca vi nada parecido. O tempo fechou de repente e um redemoinho se formou em cima do barracão. O portão que pesa mais de mil quilos foi arrancado como se fosse uma folha de papel", conta o agricultor, que avalia os prejuízos em mais de R$ 500 mil.
Segundo a organizadora da Festa do Peão da cidade, Luciana Maria de Fátima Sena, e o empresário Fábio Macarroni, responsável pela estrutura do evento, os prejuízos no Centro de Eventos ultrapassaram R$ 200 mil. No entanto, os danos causados pelo mau tempo no município devem passar de R$ 1 milhão. A prefeitura informou que na área urbana somente algumas casas foram destelhadas, e que os estragos na zona rural ainda estão sendo contabilizados.
Durante a tempestade que atingiu Abatiá, o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) registrou ventos de 59 km/h, em Joaquim Távora, e precipitação de 52 milímetros em pouco mais de uma hora de chuva.
O Corpo de Bombeiros retirou mais de 30 árvores das rodovias PR-436 e PR-439, e informou que duas pessoas ficaram levemente feridas em consequência do temporal.

Imagem ilustrativa da imagem Prejuízos com chuvas devem ultrapassar R$ 1 milhão em Abatiá
| Foto: Sergio Ranalli
Para eliminar as possibilidades das cheias do Rio das Cinzas invadirem a rodovia, nova ponte terá 5 metros de altura



DANOS EM 2016
Em janeiro, os temporais causaram estragos em Siqueira Campos, Wenceslau Braz e Itambaracá. Casas foram destelhadas, encostas desmoronaram e rodovias e a ponte sobre o Rio das Cinzas na PR-436, que liga Itambaracá a Bandeirantes, foram literalmente carregadas pela força das águas.
Pouco depois, em março, um temporal de granizo provocou grande destruição em Santa Mariana. De acordo com a Defesa Civil, mais de 300 casas foram atingidas e 90% da população ficou sem água e energia elétrica na cidade por mais de 24 horas. Árvores foram arrancadas, muros derrubados e residências e comércios destelhados, deixando dezenas de desalojados. A prefeitura informou que prestou assistência às vítimas, e que o município ainda se recupera dos danos causados pelo mau tempo.
Em maio, foi a vez de Ibaiti ser castigada por uma forte chuva acompanhada por rajadas de vento. Os moradores também contabilizaram prejuízos, mas felizmente ninguém se feriu.
A Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil de Londrina alerta que o volume de chuvas é mais intenso entre os meses de outubro e março, período que normalmente são registradas situações de fenômenos adversos, calamidades públicas e catástrofes nos municípios.