"Tenho a impressão que ficou uma mágoa tanto no time, como na torcida, com essa polêmica toda", lamenta o radialista Waurides Brevilheri, de 77 anos
"Tenho a impressão que ficou uma mágoa tanto no time, como na torcida, com essa polêmica toda", lamenta o radialista Waurides Brevilheri, de 77 anos | Foto: Divulgação


Cornélio Procópio - Um dos jornalistas mais antigos de Cornélio Procópio, Waurides Brevilheri, de 77 anos, narrou a vitória do saudoso Comercial, em 1961, ao sagrar-se campeão Paranaense, cobriu cinco Copas do Mundo e se lembra vividamente de jogos importantes que a cidade recebeu nos tempos de ouro. "Narrei partidas do Comercial contra o Palmeiras, Vasco da Gama, Santos e outros times grandes que vieram jogar na cidade", lembra.

O jornalista diz compreender a decisão da diretoria do PSTC em mandar o jogo contra o São Paulo fora de Cornélio Procópio. "O futebol de hoje não é o mesmo de antigamente. Naquela época não havia metade da violência que vemos hoje nos estádios. Sabemos que receber um jogo contra o São Paulo implica atrair milhares de pessoas, e não temos estrutura para receber todos com segurança e conforto."

Ele lembra que na década de 1960, os jogadores do Comercial eram pessoas de Cornélio Procópio, muitos jogavam e trabalhavam como banqueiros, comerciantes, etc. "Os cafeicultores bancavam o time. Quando o dinheiro apertava, davam prioridade de pagamento para os jogadores que viviam exclusivamente do futebol", conta.

O radialista lembra de um jogo da Taça Brasil, quando acompanhou o Comercial até Santa Catarina. "Fomos em uma jardineira, demorou três dias para chegar ao destino. Os jogadores comiam sanduíches na viagem. É uma situação impensável hoje. O futebol profissional atual é infinitamente mais caro, mais preparado, caso contrário não entra em nenhuma competição".
Para Brevilhere, o PSTC deveria ampliar os canais de comunicação com a comunidade local, para melhorar o relacionamento. "Tenho a impressão que ficou uma mágoa tanto no time, como na torcida, com essa polêmica toda. Espero que o PSTC permaneça fiel à nossa cidade, porque existe um carinho pela equipe. Nosso balanço é positivo: fazemos bonito na arquibancada, e o time nos trouxe muitas alegrias".