Imagem ilustrativa da imagem NP recicla mais de 350 toneladas de embalagens de agrotóxico
| Foto: Rubia Pimenta/Divulgação
Empresas de produtos agrícolas da região mantêm a central de recolhimento de embalagens em Cornélio; sete funcionários cuidam da separação do material
Imagem ilustrativa da imagem NP recicla mais de 350 toneladas de embalagens de agrotóxico


Cornélio Procópio - A região Norte Pioneiro destinou, este ano, 351,7 toneladas de embalagens de agrotóxico para a reciclagem. Os dados foram divulgados pela Associação dos Distribuidores Agroquímicos Norte Paranaense (Adan), que recolhe e dá a correta destinação a embalagens vazias de 30 municípios da região.

A quantidade é 6% superior à de 2015, quando foram coletadas 331,5 toneladas de embalagens vazias, porém, inferior a 2014, que atingiu 410 toneladas. "O ano de 2015 foi difícil para o agricultor, por conta da falta de chuvas e das geadas. Houve um monitoramento menor nas lavouras, logo foi investido menos em defensivos agrícolas", explica o gerente administrativo da Adan, Rodolfo Albino Filho.

A Adan, localizada em Cornélio Procópio, é uma das 13 centrais de recolhimento de embalagens de agrotóxico no Paraná. Ela possui maquinários, sete funcionários e um armazém de 100 m2, que é mantido por 35 empresas da região que vendem os produtos. "Existe uma legislação muito rígida quanto à correta destinação dessas embalagens, que responsabiliza desde o produtor, ao vendedor até o fabricante. Por isso cada uma das empresas paga uma mensalidade para manter a associação", conta Albino.

Os agricultores podem armazenar as embalagens nas propriedades por até um ano após a compra do defensivo. Antes da entrega, deve-se realizar a tríplice lavagem. Na região as embalagens são recolhidas na sede da Adan em Cornélio Procópio, ou no posto de entrega em Santo Antônio da Platina. A associação também realizada coletas itinerantes nas cidades da região durante o ano. O calendário do recolhimento é fixado nas empresas que vendem agrotóxicos.

Na Adan as embalagens são separadas, prensadas e colocadas em paletes, para que sejam encaminhadas a indústrias recicladoras. "No Paraná existe apenas uma, a Cinflex, instalada em Maringá, que fabrica tubos de encanamento. Em todo o Brasil são 11, que produzem também barricas de papelão, tampas, caixa de descarga, entre outros utensílios", conta Albino.

O encaminhamento da associação às recicladoras é feito pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), uma Ong criada pelos fabricantes de defensivos agrícolas para dar a correta destinação às embalagens de agrotóxico. Conforme o Inpev, o Paraná é o estado que mais contribui para que o Brasil seja referência mundial em recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos. O índice nacional é de 94% de reaproveitamento, na França é de 77%, no Canadá 73% e, nos Estados Unidos, 33%.

MULTA

O descarte irregular das embalagens de defensivos agrícolas é crime ambiental. Ele gera danos ao meio ambiente em função da grande quantidade de resíduos contaminados que atingem o solo e a água, além de causarem prejuízos à saúde humana e à fauna.

Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a multa varia de R$ 50 a R$ 50 milhões, além da possibilidade de detenção ou reclusão, dependo do dano causado ao ambiente e da situação social do responsável.

Este ano o IAP aumentou a multa aos agricultores que não realizam corretamente a tríplice lavagem ao entregar as embalagens. O valor da multa pode chegar a R$ 1 mil, além de R$ 20 por embalagem sem a correta lavagem.

Para lavar a embalagem vazia deve receber água em até 25% da sua capacidade, ser tampada e agitada durante 30 segundos. Esse procedimento deve ser repetido outras duas vezes e, por fim, a embalagem deve ser furada no fundo para ser inutilizada.

Serviço:
Adan Cornélio Procópio - Estrada da Pedreira, Km 02. Telefone (43) 3523-6456 / 99937-7542
Adan Santo Antônio da Platina - Rod Pr. 439 - Km. 10. Telefone (43) 3524-2392