Norte Pioneiro pode ganhar unidade do Hospital do Câncer de Londrina
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terça-feira, 29 de agosto de 2017
Luiz Guilherme Bannwart<br>Especial para a FOLHA
Santo Antônio da Platina - Um projeto excepcional pode melhorar significativamente a vida de pacientes do Norte Pioneiro que viajam quase que semanalmente a Londrina para tratamento de saúde no HCL (Hospital do Câncer). A ideia, ainda em fase embrionária, prevê a construção de uma unidade do centro especializado, em Santo Antônio da Platina, proposta que já está em discussão entre a direção do hospital e a equipe de governo do prefeito José da Silva Coelho Neto (PHS), o professor Zezão.
De acordo com a direção do HCL, o objetivo é descentralizar os atendimentos em Londrina. "Inicialmente, a unidade atenderia somente na prevenção da doença e, posteriormente, oferecendo tratamento como sessões de quimioterapia", explica o empresário Guerino Zanetti Filho, que representa, voluntariamente, o hospital no Norte Pioneiro.
A proposta de regionalização, no entanto, ainda depende de uma série de fatores, a principal, segundo Zanetti Filho, é aumentar o teto de atendimento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Atualmente, o Hospital do Câncer abre o mês com um deficit de R$ 1,5 milhão, problema que já é de conhecimento do Ministério da Saúde. A direção do hospital, entretanto, já está tratando do assunto diretamente com o ministro Ricardo Barros, que é de Maringá, para buscar uma solução o mais breve possível", explica. "Contudo, mesmo diante das dificuldades tem sido possível honrar os compromissos financeiros graças à solidariedade das pessoas, e também com uma grande mobilização será possível construirmos essa extensão do HC em Santo Antônio da Platina", avalia.
De acordo com o secretário de Planejamento de Santo Antônio da Platina, Airton Sérgio Diniz, a Prefeitura ofereceu um terreno com 10 mil m², próximo ao Hospital Regional do Norte Pioneiro, para a construção da unidade do HC na cidade. Entretanto, há também a possibilidade da entidade ressarcir os investimentos feitos pelo governo federal para se instalar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) construída no Rennó Park, o que resultaria em economia, agilidade e solução ao prefeito Zezão quanto à utilização da estrutura. A unidade de saúde, que foi considerada pelo atual prefeito como um "presente de grego" deixado pela administração anterior, está fechada por falta de recursos para sua manutenção.
Conforme o secretário, uma proposta de parcelamento para a aquisição do prédio foi encaminhada ao Ministério da Saúde, porém, até o momento o órgão ainda não se manifestou. "O município teria que devolver o valor original de R$ 2,201 milhões, que corrigidos pela Selic totalizaria R$ 2.816.308,24, dividido em 24 vezes", explica. "Nesse contexto, o Hospital do Câncer restituiria os valores pagos pelo município ao Governo Federal, não havendo prejuízo aos cofres da Prefeitura", acrescenta.
Ainda segundo Diniz, "o prefeito Zezão vê a oportunidade de maneira altamente positiva, especialmente como forma de evitar os incontáveis deslocamentos de veículos e pessoas para atendimento em Londrina. A ação, porém, hoje se resume em aguardar o posicionamento do Ministério da Saúde, o que permitiria que novas medidas fossem desencadeadas",
MOBILIZAÇÃO
Somente em 2016, HCL realizou 8.502 atendimentos a platinenses, uma média de 710 consultas por mês. Para o representante da entidade no Norte Pioneiro, o momento mais uma vez é de mobilização, a exemplo de tantas outras ações em prol ao hospital. "As classes sociais e políticas precisam se unir. Com uma unidade do HCL em Santo Antônio da Platina, a entidade irá se fortalecer ainda mais beneficiando a população do Norte Pioneiro e de outras regiões próximas. Um projeto semelhante foi desenvolvido pelo Hospital do Câncer de Barretos (SP), e deu certo. Aqui, certamente também dará!", defende Zanetti Filho.