Abatiá - De acordo com o tenente Tiago Justino da Silva, da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil de Londrina, os municípios precisam investir em medidas preventivas. Segundo o oficial, para cada dólar investido em prevenção se economiza até sete dólares com gastos na recuperação de danos provocados por desastres naturais. "Esses temporais de maior intensidade são classificados como fenômenos adversos, que se repetem, principalmente, nas cidades mais vulneráveis. Tem município que registrou o problema em 2009, 2010, 2015 e 2016. Se o gestor tivesse investido em prevenção, como a construção, ou mesmo desobstrução, de galerias para escoamento das águas, por exemplo, entre outros meios necessários, os danos seriam mínimos", avalia.
O tenente explica que o Simepar possui duas estações meteorológicas na região capazes de emitir alertas sobre tempestades com até 24 horas de antecedência, mas que a Defesa Civil pouco pode fazer além de orientar e prestar atendimento aos moradores. "A Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil atende 63 municípios nas regiões Norte e Norte Pioneiro. No caso de Santa Mariana, por exemplo, o Simepar nos alertou com quatro horas de antecedência sobre a possibilidade de um tornado atingir a região entre Cornélio Procópio e Bandeirantes, no entanto pouco pôde ser feito. Deslocamo-nos imediatamente para o local levando kits de primeiras necessidades e lonas para o atendimento emergencial dos moradores. Depois orientamos a prefeitura quanto aos procedimentos para a liberação dos recursos junto ao governo para a reconstrução da cidade, pois o município não atendia às recomendações", alerta.
Conforme o oficial, o Paraná é o Estado que mais possui cidades cadastradas no Sistema de Proteção e Defesa Civil. São 320 entre os 399 municípios, enquanto em todo o País apenas 920 cidades atendem às recomendações do órgão. No entanto, ainda há muito que se fazer para que os municípios estejam preparados para enfrentar situações de desastres naturais. "Infelizmente o sistema (de Proteção e Defesa Civil) ainda não é profissionalizado no Brasil, e a cada quatro anos os trabalhos voltam à estaca zero com a troca dos gestores em cada município. Para se ter uma ideia da morosidade, entre as 63 cidades que a Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil atende apenas sete possuem o cadastro do cartão pagamento para a liberação dos recursos em casos de desastres. O sistema funciona de forma integrada. A Defesa Civil passa as coordenadas e prepara os voluntários, e os gestores devem por em prática as recomendações. Só assim o resultado dos trabalhos serão percebidos e tragédias evitadas", cobra o tenente. (L.G.B.)