No Colégio Estadual Castro Alves, de Cornélio Procópio, os estudantes organizaram um mutirão de limpeza e estabeleceram um cronograma de atividades que inclui oficinas culturais e aulas de professor
No Colégio Estadual Castro Alves, de Cornélio Procópio, os estudantes organizaram um mutirão de limpeza e estabeleceram um cronograma de atividades que inclui oficinas culturais e aulas de professor | Foto: Carol Santos



Conforme balanço divulgado no início da tarde de terça (18), o Movimento Ocupa Paraná já tomou conta de 688 escolas, 11 universidades e três Núcleos Regionais de Educação em todo Estado. Deste total, dez colégios estaduais são no Norte Pioneiro.
Os colégios estaduais ocupados ficam nas cidades de Cornélio Procópio (Colégio Estadual Castro Alves), Congonhinhas (Aides Nunes da Silva e José Domingues da Costa), Leópolis (Maria José Pegoraro de Souza), Jacarezinho (Anésio de Almeida Leite, Luiz Setti, Rui Barbosa e José Pavan), Santo Antônio da Platina (Dona Moralina Eleutério) e Ribeirão do Pinhal (Herminia Lupion). Os estudantes protestam contra a medida provisória (MP) 746/2016, que prevê a reforma do ensino médio.
No Colégio Estadual Castro Alves, de Cornélio Procópio, os estudantes organizaram um mutirão de limpeza e estabeleceram um cronograma de atividades que inclui oficinas culturais e aulas de professores voluntários. "A escola está parada, mas nós estamos fazendo projetos para a sociedade, para estar aberta para a comunidade. Também temos muitos professores que estão ajudando e se disponibilizando para vir aqui", afirma L.A.A., um dos representantes do movimento.
De acordo com informações da página oficial do grupo em uma rede social, a decisão de ocupar o Castro Alves foi feita após reunião com representantes dos grêmios estudantis de todos os colégios da cidade. Segundo a comissão de organização do movimento no colégio, os alunos menores de idade só podem ter acesso ao prédio mediante autorização por escrito dos pais. Os estudantes também reivindicam melhorias na estrutura física da escola e na merenda. Eles estão recebendo doações de alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza e ressaltam que precisam do apoio da comunidade.
Para a chefe do Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio, Maria Aparecida Ribeiro de Oliveira, há uma "grande preocupação" com a segurança e integridade dos alunos que participam da ocupação. "A gente não quer que nada de ruim aconteça com os nossos alunos, os nossos professores e a nossa equipe. w, e que realmente os alunos saibam o que estão reivindicando", afirma.
Nesta semana, o governo do Estado decretou recesso de cinco dias nas escolas ocupadas. A reposição das aulas deverá ser programada para o período entre 22 e 31 de dezembro. "Os alunos não podem ser prejudicados. O ano letivo tem que terminar neste ano", ressalta Maria, que também demonstra apreensão por conta da proximidade de vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "A única posição que nós temos certeza que o governo do Estado terá é que não alteraremos nenhuma disciplina que já oferecemos hoje. Inclusive foi proposto na medida provisória que algumas fossem tiradas do currículo, mas elas devem permanecer, pois é uma prerrogativa do Estado decidir sobre isso", ressalta.