Cornélio Procópio - Durante o ato, representantes dos manifestantes se reuniram com o conselheiro da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 9ª Região (Amatra IX) Cícero Ciro Simonini Júnior, além do juiz titular da 1ª Vara do Trabalho em Cornélio Procópio, José Márcio Mantovani, e a presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) local, Thais Takahashi. A juíza Emília Simeão não participou da reunião por estar em consulta médica.
O representante da Amatra condenou o panfleto anônimo distribuído na cidade. "É inadequado fazer um protesto com base em informações de um manifesto anônimo, com acusações gravíssimas. Se existem queixas de atos considerados arbitrários, o melhor caminho é utilizar os meios adequados, como a Ouvidoria ou a Corregedoria da Justiça do Trabalho. Repudiamos veementemente as acusações sobre a honestidade e a lisura da juíza e dos advogados que atuam nesta Jurisdição", afirmou Simonini.
Ele também lembrou que todas as decisões proferidas pelos juízes estão sujeitas a recursos, que possibilita a revisão integral de atos e sentenças.
Em nota à imprensa, a Amatra repudiou o protesto, afirmando que os manifestantes estão culpando o Judiciário pelas dificuldades econômicas que Cornélio Procópio sofreu na última década. "A ausência de crescimento econômico e populacional do município coincide com o período de crise que abala o País, atingindo mais profundamente alguns setores da economia como a agroindústria, prestação de serviços e comércio. Infelizmente, como resultado da crise houve um acréscimo no nível de desemprego e, consequentemente, um aumento no volume de ações propostas perante a Justiça do Trabalho".

OAB
A presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Cornélio Procópio, Thaís Takahashi, condenou os ataques pessoais proferidos à juíza Emília Simeão Albino. "A manifestação não foi produtiva, porque vem como um ataque pessoal à magistrada e não traz críticas a pontos específicos, apenas generalizações. Eles mais discordam das decisões e do entendimento dela, do que trazem denúncias efetivas", ressaltou.
Takahashi é sócia de um dos maiores escritórios de advocacia da área trabalhista de Cornélio Procópio. Ela ressalta que a independência funcional dos juízes, ou seja, a possibilidade de julgar livre de pressões de classes econômicas ou políticas, é uma das premissas básicas da democracia. "A melhor forma de questionar as decisões da juíza é por meio de recursos e outros instrumentos legais".
Sobre as acusações de uma possível "indústria de ações trabalhistas", por meio de pessoas contratadas por advogados para angariar clientes, Takahashi diz que a prática é condenada pelo Código de Ética da OAB. (R.P.)