Cornélio Procópio - Os juízes do Trabalho paranaenses reuniram-se na manhã de sexta-feira (21), em Cornélio Procópio, para defender o Poder Judiciário e as prerrogativas da Magistratura. O ato público foi realizado no Coreto do Calçadão, no centro da cidade, e contou com a presença de representantes de entidades sindicais e advogados da região.
O presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região (Amatra IX), juiz Paulo da Cunha Boal, destacou na oportunidade que a mobilização não se destinava ao confronto com o grupo intitulado "Movimento de Ação Popular", formado por empresários e comerciantes que, no início de setembro, articularam um protesto contra decisões da Justiça do Trabalho, alegando a existência de uma "indústria de ações trabalhistas" no município.
"Faço um apelo para a retomada das condições de convivência pacífica e organizada, que deve abalizar a atuação de toda a sociedade e, de forma mais específica, todos os cidadãos que buscam a Justiça e necessitam do amparo do Poder Judiciário Trabalhista, o qual tem o dever constitucional de zelar pelo equilíbrio entre o capital e o trabalho", ressaltou o presidente da Amatra IX.
Boal esclareceu que o crescimento de ações trabalhistas decorre da crise econômica que assola o País e frisou que a Justiça do Trabalho não pode ser responsabilizada pelo alto índice de desemprego que, infelizmente, atinge 12 milhões de brasileiros. "Cabe a nós somente equacionar os conflitos entre empregadores e trabalhadores que estão tentando sobreviver a maior recessão deste século", afirmou.
Ao repudiar os ataques dirigidos à juíza titular da 2ª Vara do Trabalho de Cornélio Procópio, Emília Simeão Albino Sako, o dirigente pediu confiança por parte da população. "Confiem nos juízes que aqui trabalham porque eles honram a toga, a tradição de honestidade e capacidade intelectual que sempre pautaram a Magistratura paranaense. A dra. Emília é uma das mais laboriosas juízas do nosso tribunal", observou Boal.
O representante da 6ª Coordenadoria da Amatra IX, juiz Santo Antônio dos Santos, frisou que a defesa das prerrogativas dos magistrados é uma garantia do cidadão brasileiros. "É direito do cidadão ser julgado por um juiz que tem liberdade funcional", alertou.