Como atuam as facções criminosas?

Cornélio Procópio - As facções são grupos que se organizam para a prática de crimes. São geralmente bem organizadas, com hierarquia, disciplina e até um código de normas próprio. Uma de suas principais formas de sustentação econômica, além do tráfico de drogas e armas, são as chamadas "cebolas", mensalidades que os membros devem pagar. "O valor varia entre R$ 400 e R$ 600 para o ‘soldado’ que não está detido, e cerca de R$ 10 para o preso. Com esse dinheiro eles pagam advogados, ajudam as famílias, buscam alternativas para o tráfico dentro e fora dos presídios, compram armamento, etc", explica o diretor-geral do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura.
Para ser membro das facções mais conhecidas, como o PCC, o membro precisa ser convidado. "O candidato tem a vida investigada antes de entrar no grupo. Sabemos que existem algumas normas, por exemplo, no PCC, é proibido o homossexualismo".
As facções possuem leis e julgamentos próprios. "A partir do momento que ele for batizado, passa a ser regido pelo estatuto da facção. Se extrapolar em suas ações ou não pagar a cebola, pode morrer por isso", explica Cartaxo.
O diretor do Depen ressalta que em 2016 o Paraná realizou uma grande operação antifacções, a Operação Alexandria, que cumpriu 840 mandados de prisão. "Todos respondem pelos crimes praticados e também por pertencer a organizações criminosas, cuja pena é oito anos de prisão. Logo, ser filiado é um fator que agrava bastante a situação do réu". (R.P.)