Imagem ilustrativa da imagem Casos de violência escolar aumentam 30%
| Foto: Luiz Guilherme Bannwart
Aluno de 13 anos esfaqueou colega de 15 em um colégio estadual: caso é considerado isolado pelo NRE



Santo Antônio da Platina - Os casos de violência nas escolas estaduais de Santo Antônio da Platina aumentaram em 30% nos primeiros seis meses de 2016 comparado ao mesmo período do ano passado. As informações são Conselho Tutelar, que no semestre registrou 37 ocorrências por lesão corporal leve e seis de natureza grave, entre elas o caso envolvendo um aluno de 13 anos que esfaqueou outro de 15 anos este mês no Colégio Estadual Edith de Souza Prado de Oliveira. Em 2015 foram registrados 33 casos.
De acordo com a presidente do Conselho Tutelar no município, Rosimari Alcântara Bertolini, apesar de parecer baixo os números são preocupantes. "As ocorrências de natureza leve se mantiveram praticamente estáveis. No entanto, as lesões corporais graves aumentaram significativamente. Tornou-se público o caso do aluno esfaqueado, mas também ocorreram outros casos graves que não foram noticiados. Os números dão falsa sensação de um cenário tranquilo, mas preocupam e devem ser observados com maior atenção pelos órgãos competentes", alerta a conselheira.
Procurada pela reportagem, a chefe do Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho, Magda Cristina Souza Nogueira, disse que o NRE não possui dados para mapear a violência nas escolas. Segundo ela, os problemas são tratados diretamente pela direção dos estabelecimentos de ensino, que remetem ao NRE somente os casos registrados como atos infracionais.
"As unidades cumprem o protocolo conforme estabelece o regimento escolar. A maioria dos casos de violência é resolvida dentro da própria escola, o que dificulta o levantamento estatístico levando-se em conta o número de estabelecimentos nas 12 cidades ligadas ao Núcleo", afirma Magda. "No entanto, nos casos considerados graves, em que se configura o ato infracional, o NRE lida diretamente com o problema e medidas cabíveis são tomadas", acrescenta.
Ainda de acordo com a chefe do NRE, os alunos envolvidos em casos de violência que caracterizam ato infracional são incluídos na Rede de Proteção, programa de atendimento especial aos alunos que o Estado oferece em parceria com o município. "A Rede de Proteção oferece tratamentos diversos aos alunos, em várias áreas. No caso do aluno envolvido no episódio ocorrido na Colégio Edith, por exemplo, ele precisa de acompanhamento médico. Por isso foi inserido ao programa de proteção que acompanhará o desenvolvimento social", relata. Ela informa que somente em agosto foram registrados 72 casos no NRE de alunos que serão enquadrados na Rede de Proteção. "Não necessariamente em razão de atos de violência, mas crianças e adolescentes que necessitam do acompanhamento de profissionais especializados para conviver em sociedade", acrescenta.
Segundo informações do NRE, são realizadas palestras periodicamente com os pais de alunos, em que são abordados os mais variados temas pedagógicos, sociais e de segurança. O órgão classifica o caso ocorrido no colégio Edith de Oliveira como isolado, assim como baixo o índice de violência registrado nos estabelecimentos de ensino da cidade.