Na segunda-feira, parentes acompanharam os trabalhos de investigação da Polícia Civil no local onde a última vítima da violência foi assassinada
Na segunda-feira, parentes acompanharam os trabalhos de investigação da Polícia Civil no local onde a última vítima da violência foi assassinada | Foto: Fotos: Luiz Guilherme Bannwart



Santo Antônio da Platina - O ano começou violento em Santo Antônio da Platina. Em apenas 14 dias, a cidade registrou três homicídios, número que representa 38% do total de oito assassinatos contabilizados pela Polícia Civil em 2016. Segundo as investigações, os crimes podem ter ligação direta com o tráfico de drogas. Porém, inocentes estão na ‘linha de tiro’ dos criminosos, que não estão nem um pouco preocupados com as consequências de suas ações.
Foi o que aconteceu no início da noite do dia 6 de janeiro em um bar no Jardim Santo André, ponto tradicional no município pela comercialização de espetinhos. Dois homens em uma motocicleta pararam em frente ao comércio, e o passageiro disparou várias vezes com uma pistola 765 na direção de dezenas de pessoas que estavam na calçada.
As investigações apontaram que o alvo seria o eletricista Aguinaldo Leite, de 28 anos, que morreu na hora. No entanto, um dos tiros também matou o mecânico André Cirilo, de 23 anos, que não tinha nenhuma relação com o suposto acerto de contas e estava no local com amigos. Outros dois disparos atingiram a dona do bar, Luíza Marques de Oliveira, de 49 anos, e sua neta de apenas 6 anos, que apesar dos ferimentos não correm risco de morte.
A vítima mais recente foi Luciano Henrique Pereira, de 24 anos, localizado pela PM na última sexta-feira (20), após denúncia anônima. As informações recebidas pela PM e o Samu, eram de um homem ferido por disparos de arma de fogo, em um ponto turístico da cidade, à margem da PR-439. No local, as equipes encontraram a vítima caída em um matagal sem nenhum documento e com três perfurações (dois na cabeça e um no tórax), porém ainda com vida. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos morrendo ao dar entrada no Pronto-Socorro, onde foi identificada por familiares.

A motocicleta supostamente usada no duplo homicídio foi encontrada incendiada em uma plantação de soja
A motocicleta supostamente usada no duplo homicídio foi encontrada incendiada em uma plantação de soja



INVESTIGAÇÕES
Na manhã de segunda-feira (23), a Polícia Civil (PC) retornou ao local do crime junto a parentes de Luciano para procurar sua carteira, mas o objeto não foi encontrado. "Ele não tinha inimigos, nem reclamou de problemas ou ameaças. Estava contente, antes de sair de casa ele abraçou a minha mãe, e disse que já voltava", contou o irmão, Felipe Pereira. A PC não descarta o crime de latrocínio, porém, a principal linha de investigação aponta para uma provável execução.
Também na segunda-feira, no período da tarde, a Polícia Militar encontrou a motocicleta supostamente usada no duplo homicídio do dia 6 de janeiro. A Honda CB 300 com placa de Londrina foi incendiada em uma plantação de soja na zona rural da cidade.
Segundo Viviane Leite, irmã do eletricista Aguinaldo Leite, ele havia recebido ameaças de morte dias antes do crime, o que deixou a família em choque. "Ele comentou com a gente sobre as ameaças, mas não teve tempo de fazer nada. Estamos destruídos com a morte do meu irmão, e por saber que os assassinos estão soltos. Cadê a Justiça?"
Ainda de acordo com a PC, as investigações dos três homicídios estão bastante adiantadas, porém adianta que os detalhes só serão revelados ao final dos inquéritos.