O diretor da agência de inteligência americana, a CIA, Leon Panetta, disse hoje (2) que é "quase certo" que a Al Qaeda tente vingar a morte de Osama Bin Laden. "Bin Laden está morto, mas a Al-Qaeda não. Os terroristas quase certamente tentarão vingá-lo. E nós devemos - e iremos - continuar atentos e determinados", afirmou Panetta.

Mais cedo, militantes do Talebã e da Al Qaeda no Paquistão anunciaram que a morte de Osama Bin Laden "não vai ficar sem resposta". O porta-voz da principal facção paquistanesa do Talebã, Ehsanullah Ehsan, avisou que a morte de Bin Laden será vingada.

"Se ele [Bin Laden] foi martirizado, nós vamos vingar sua morte e lançar ataques contra os governos americano e paquistanês e suas forças de segurança", disse. "Essas pessoas são, na verdade, inimigos do Islã", acrescentou. "Se ele [Bin Laden] se tornou um mártir, é uma grande vitória para nós, porque o martírio é o objetivo de todos nós".

Bin Laden se mudou para o Afeganistão em 1996, de onde passou a comandar a Al Qaeda com o apoio do Talebã, que controlava o país. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, o governo norte-americano ordenou que o Taleban entregasse Bin Laden ou entregasse o poder, o que resultou na invasão do Afeganistão.

O movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, condenou o que chamou de "assassinato". Apesar das relações ambivalentes entre o grupo e a Al Qaeda, o primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyah, chamou Bin Laden de "guerreiro árabe sagrado" e disse que o assassinato é a continuação de uma política americana baseada na opressão.

No passado, o Hamas tentou se distanciar de Bin Laden temendo que a Al Qaeda estivesse se apoderando da causa palestina de forma prejudicial ao movimento. Bin Laden criticou o Hamas por participar de eleições democráticas nos territórios palestinos em 2006.

Recentemente, o Hamas enfrentou oposição em Gaza de grupos inspirados pela Al Qaeda que acham que o grupo se tornou moderado demais. Marcando as diferenças entre as facções palestinas, o Fatah, que controla a Cisjordânia, disse que a morte de Bin Laden é positiva para a causa da paz no mundo.

A morte de Osama Bin Laden foi confirmada ontem (1º) à noite pelo presidente norte-americano, Barack Obama, em pronunciamento ao vivo pela televisão às 23h35 em Washington (0h35 de segunda-feira no Brasil).