O presidente da venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nessa quarta-feira (29), em Cuba, que o seu governo e vários integrantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) chegaram a acordo para abastecer o país com produtos que escasseiam no mercado nacional.

"São acordos para garantir o abastecimento dos bens de capital, dos serviços, de alimentos para o nosso povo. Estamos rompendo 'amarras' com fornecedores", disse.

O presidente venezuelano participou da 2ª Cúpula de Chefes de Estado da Celac.

"Não vão nos chantagear. Estamos rompendo amarras com todos e estamos criando novos fornecedores em países aliados estratégicos", acrescentou.

Maduro disse ainda que 2014 será um ano de "muito avanço" e de "alterações econômicas necessárias para beneficiar e proteger o povo" na Venezuela. Para ele, este será um ano "de muito trabalho e prosperidade", com o propósito de "conseguir novos equilíbrios, romper com a corrupção e o lixo da burguesia parasitária".

O ministro venezuelano de Petróleo e Minas, Rafael Ramírez, anunciou que a Venezuela assinou, em Havana, vários acordos de cooperação energética com o Uruguai e a Argentina, para complementar o abastecimento de alimentos no país. "Da fatura petrolífera que temos com o Uruguai, a metade poderá ser destinada, por meio do Fundo (bilateral) Bolívar Artigas, para trazer ao nosso país os alimentos que façam falta", disse ele.

Ramírez, que é também presidente da estatal Petróleo da Venezuela SA e vice-presidente venezuelano para a Área Econômica, lembrou que seu país prevê enviar 20 mil barris diários de petróleo à Refinaria La Teja, de Montevideu.

"Essa negociação se traduz em US$ 160 milhões anuais. De maneira que com a metade dessa fatura, que anteriormente iria ser financiada a longo prazo, vamos ter a possibilidade de trazer, a curto prazo, alimentos e outros produtos diretamente da irmã República do Uruguai", disse.

Rafael Ramírez informou ainda que os presidentes Nicolás Maduro e Cristina Kirchner, da Argentina, chegaram a um acordo para que os "mecanismos petrolíferos" em vigor entre as duas nações "se convertam em um instrumento para exportar produtos para a Venezuela e satisfazer as necessidades" dos cidadãos em pontos que apresentam problemas de abastecimento.