Imagem ilustrativa da imagem Terremoto atinge região central da Itália e deixa 159 mortos
| Foto: Fotos: Fillipo Monteforte/AFP
Bombeiros precisaram usar maquinário pesado para remover escombros e buscar vítimas
Imagem ilustrativa da imagem Terremoto atinge região central da Itália e deixa 159 mortos
Homem carrega carrinho de bebê em meio a cenário de destruição em Amatrice



Madri, Espanha - Um forte terremoto atingiu a região central da Itália na madrugada desta quarta-feira (24), deixando ao menos 159 mortos. O número de vítimas fatais foi informado pela agência de defesa civil. Segundo o ministro de Infraestrutura, Graziano Delrio, há pelo menos 368 feridos nas cidades de Amatrice e Accumoli, as mais atingidas pelo desastre, a cerca de 150 km de Roma.
O terremoto foi descrito como "severo" pelas autoridades italianas. Diversos vilarejos foram afetados, alguns deles com parte de suas construções desmoronadas. A zona em questão, porém, não é densamente povoada. "Metade da cidade não existe mais", afirmou Sergio Pirozzi, prefeito de Amatrice. Vivem ali menos de 3 mil habitantes. O acesso foi bloqueado por um deslizamento de terra e pela queda de uma ponte.
A cidade sediaria, em três dias, um já tradicional festival gastronômico, e muitos visitantes já estavam em Amatrice. Cerca de 70 hóspedes estavam registrados no Hotel Roma. De lá, foram retirados cinco corpos, até o momento em que as operações de resgate foram suspensas na noite desta quarta. Não havia informações sobre a situação dos demais hóspedes.
O serviço geológico dos EUA registrou que o terremoto, às 3h30 locais (22h30 em Brasília) teve magnitude de 6,2, a dez quilômetros de profundidade, com epicentro em Norcia. Houve réplicas pela região, com tremores sentidos até em Roma. O instituto italiano para terremotos contou 60 réplicas durante quatro horas.
"Nós viemos para a praça e parecia o Inferno de Dante", conta Agostino Severo, em uma referência à "Divina Comédia", do escritor italiano Dante Alighieri. Severo, que mora em Roma e visitava o vilarejo de Illica, ao norte de Amatrice, afirma que "as pessoas choravam por ajuda". O resgate chegou após uma hora, uma hora e meia."
Pacientes de um hospital local foram deslocados à praça de Amatrice. Em outros povoados afetados, moradores abandonaram as casas durante a madrugada após os tremores. O premiê italiano, Matteo Renzi, afirmou que "nenhuma família, nenhuma cidade, nenhuma aldeia será deixada abandonada". Em pronunciamento à TV italiana, ele disse que a prioridade para os próximos dias é resgatar sobreviventes que possam estar soterrados nos escombros.
Em nota, o Itamaraty afirmou que não há registro de brasileiros entre as vítimas e expressou solidariedade ao povo italiano.
De acordo com a rede pública italiana RAI, houve mortos em Pescara del Tronto, Accumoli e Amatrice. O prefeito de Accumoli, Stefano Petrucci, afirmou que 2 mil pessoas perderam suas casas. Com diversos povoados montanhosos afetados pelo tremor, as operações enfrentavam dificuldades de logística.

TERREMOTOS
A Itália é um dos países com maior atividade sísmica na Europa, devido a sua posição entre duas falhas geológicas. Em 2009, um terremoto de magnitude 6,3 na cidade de Áquila deixou mais de 300 mortos. O tremor mais letal no país desde o início do século 20 ocorreu em 1908, com estimativas de 95 mil mortos na região sul.