Centenas de desempregados e operários bloquearam ontem ruas e estradas da capital argentina, Buenos Aires, e seus arredores, para exigir a criação de frentes de trabalho e subsídios, em meio a um clima de tensão social que tem como principal cenário a província de Salta.
Durante a madrugada, a polícia de fronteiras retirou cerca de 100 empregados postados diante de uma refinaria de Salta, detendo 12 pessoas suspeitas de terem liderado o bloqueio de estrada que no domingo passado terminou com um violento confronto com as forças de segurança.
Os vizinhos de General Mosconi, localidade onde ocorreram os incidentes, denunciaram que a população está sitiada pelas forças de segurança, que impede a livre circulação pelas ruas das pessoas que não mostrarem seus documentos de identidade, segundo a agência privada Diarios y Noticias (DyN).
Ontem, chegou a 40 o número de detidos em Salta, informou o ministro do Interior Ramón Mestre. Tanto Mestre como as autoridades policiais asseguraram que a situação é de ‘‘total tranquilidade’’ e insistiram na presença de franco-atiradores que, ocultos em uma área florestal de Salta, incitam a população local à violência.
‘‘A situação é de absoluta tranquilidade’’, afirmou Mestre, acrescentando que o governo federal enviará delegados àquela província para ‘‘fazer um levantamento’’ das ocorrências.
Os protestos de ontem em Buenos Aires são uma antecipação de uma marcha programada para hoje pelas esquerdistas Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) e Corrente Classista e Combativa (CCC), e que conta com a adesão da ala dissidente da Confederação Geral do Trabalho (CGT).