Policiais mantém guarda nas ruas de Manchester; 14 pessoas foram presas por conexão com o ataque de 22 de maio
Policiais mantém guarda nas ruas de Manchester; 14 pessoas foram presas por conexão com o ataque de 22 de maio | Foto: Jon Super/AFP



Manchester – O atentado de Manchester completou uma semana nesta segunda-feira (29) com uma nova detenção e a revelação de que o serviço de inteligência britânico investigará por que as advertências sobre o perigo representado pelo autor do ataque, Salman Abedi, foram ignoradas.
Com mais uma prisão confirmada nesta segunda-feira, de um homem de 23 anos, já são 14 o número de detidos por conexão com o atentado ocorrido na Arena Manchester ao final do show da cantora pop americana Ariana Grande. O ataque deixou 22 mortos, incluindo seis crianças, e 116 feridos.
A BBC e o jornal The Guardian revelaram que o MI5, agência responsável pela espionagem doméstica, abriu uma investigação para entender por que nada foi feito a respeito de Abedi, um britânico de origem líbia, ante as repetidas advertências de que estava fora de controle e era perigoso, formuladas por professores e líderes religiosos da comunidade muçulmana de Manchester.
Em entrevista à BBC, a ministra do Interior, Amber Rudd, defendeu os serviços de inteligência ao afirmar que "desde 2013 desbarataram 18 planos separados" de ataques. Ela admitiu, no entanto, que serão apresentadas demandas para "examinar se há coisas que poderiam ter sido aprendidas". "Não temos medo de aprender lições para melhorar", afirmou Rudd.
O atentado transformou a segurança no principal tema da campanha eleitoral. Em plena campanha para as eleições de 8 de junho, Rudd teve que se defender da acusação de que não usou o poder para impedir a entrada no país dos extremistas britânicos que retornam ao país depois de lutar na Síria ou Iraque.
De acordo com a imprensa, a prerrogativa teria sido utilizada apenas uma vez. Reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, o atentando na Arena Manchester foi o mais violento já registrado no Reino Unido desde os ataques contra os transportes públicos de Londres, em 2005, que provocaram 56 mortes.
No total, mil agentes trabalham na análise de 800 provas – incluindo 205 documentos digitais – e nas operações de busca em 18 residências. Até o momento, foram assistidas quase 13 mil horas de filmagens de câmeras de segurança.
A polícia divulgou no sábado (27) duas fotos de Abedi um pouco antes de executar o atentado. Ele aparece de boné, óculos e uma mochila. As autoridades fizeram um apelo para que testemunhas compareçam às delegacias.
A investigação não foi concluída, mas a detenção dos elementos mais perigosos da célula que cometeu o atentado motivou o governo a reduzir o nível de alerta terrorista, do grau máximo para o segundo mais perigoso. A medida significa que um atentado é "muito provável", mas não é mais iminente.