Uma das questões primordiais e mais imediatas da reconciliação entre os irmãos e inimigos palestinos é a melhoria das condições de vida na Faixa de Gaza e o fim das sanções impostas pelos presidente Mahmoud Abbas para dobrar o islâmico Hamas. O anúncio de um acordo de reconciliação nesta quinta-feira (11) deve levar à suspensão das sanções, na medida decidida por Abbas. Veja as medidas mais significativas conhecidas ou relatadas pela imprensa:

Eletricidade

A Autoridade Palestina presidida por Abbas e reconhecida internacionalmente começou, em abril, a reduzir seus pagamentos pela eletricidade fornecida por Israel à Faixa de Gaza. O fornecimento de energia pública foi reduzido a apenas três horas diárias. Os dois milhões de moradores da região, que já sofrem com a falta de energia há anos, enfrentaram uma nova deterioração do cotidiano e das condições sanitárias.

Salários

Apesar de ter sido expulsa de Gaza pelo Hamas em 2007, a Autoridade Palestina continuou a pagar os salários de cerca de 60 mil funcionários de sua administração, apesar de, na prática, só 13 mil terem continuado a trabalhar. A Autoridade anunciou, em abril, a redução de seus salários em 30%.

O impacto desta medida foi bastante significativo: os funcionários sustentavam muitas pessoas, já que território é afligido pelo marasmo econômico e por um desemprego galopante. A Autoridade também anunciou, em julho, sua intenção de demitir 6.150 funcionários. Contudo, ela desistiu deste projeto em agosto. PrisioneirosA imprensa relatou, em junho, que a Autoridade tinha interrompido o envio de dinheiro às famílias de membros do Hamas encarcerados nas prisões israelenses. A Autoridade nunca confirmou oficialmente essa medida, altamente delicada para os prisioneiros, que, independentemente de sua participação, têm um status particular na sociedade palestina.

Cuidados médicos

Os cidadãos de Gaza que precisam de tratamento de saúde costumam buscar os cuidados fora do enclave, onde a oferta médica deixa muito a desejar. Como a Faixa de Gaza está submetido aos bloqueios israelenses, a saída do território deve ser coordenada entre a Autoridade Palestina e Israel. A Autoridade foi acusada, em junho, de restringir a quantidade de casos. Entretanto, ela desmentiu qualquer mudança nesta política.