São Paulo - Os Estados Unidos acreditam que a Coreia do Norte conseguirá desenvolver um míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear em 2018, informou o jornal "Washington Post" nesta terça-feira (25). A nova avaliação, feita em caráter confidencial pela Agência de Inteligência em Defesa do Pentágono, reduz em dois anos o prazo previsto anteriormente para que o regime do ditador Kim Jong-un consiga produzir um míssil nuclear capaz de atingir o território americano.

A estimativa foi feita após um lançamento realizado em 4 de julho, no qual a Coreia do Norte testou pela primeira vez um míssil intercontinental. O projétil subiu cerca de 2.800 quilômetros e viajou por 40 minutos antes de cair no mar do Japão, a 933 quilômetros do local de lançamento. Especialistas dos EUA estimam que, se usado em combate, o míssil poderia viajar uma distância de 6.700 quilômetros, capaz, portanto, de atingir o Estado americano do Alasca.

Em setembro, a Coreia do Norte realizou seu quinto e mais poderoso teste com bomba nuclear. "Houve um progresso alarmante", disse ao "Washington Post" Joseph DeTrani, ex-chefe da missão do Escritório do Diretos de Segurança Nacional para a Coreia do Norte. "No último ano, eles ganharam capacidades que não tinham, incluindo algumas que nós pensamos que eles não seriam capazes de obter por anos."

Para produzir um míssil intercontinental com capacidade nuclear, é preciso tecnologia para miniaturizar uma ogiva e para garantir que o projétil não seja destruído pelo atrito do ar ao reentrar na atmosfera terrestre. Ainda não está claro se a Coreia do Norte é capaz de fazê-lo, embora o regime do país afirme ter atingido essas capacidades.

Autoridades dos EUA e da Coreia do Sul afirmaram suspeitar que o regime norte-coreano esteja preparando um novo teste de míssil. A data do lançamento poderia ser quinta-feira (27), data do 64º aniversário do fim da Guerra da Coreia.