Madri - O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, criticou neste sábado (18), em sua chegada a Madri, na Espanha, as incoerências da oposição de seu país e pediu que seus companheiros façam um exercício de autocrítica.

Ledezma atacou a decisão de quatro governadores opositores de aceitarem ser juramentados no mês passado ante a Assembleia Constituinte chavista, um órgão ilegítimo para a oposição. "A única coisa boa do governo são os erros cometidos pela direção da oposição, a quem convido que venha à Espanha para fazer um exercício de autocrítica para se retificar", declarou Ledezma à imprensa.

Ledezma viajou na sexta-feira (17) para a Espanha depois de passar pela Colômbia, onde chegou depois de fugir de forma espetacular de sua prisão domiciliar imposta desde 2015 pela suposta conspiração contra o governo de Nicolás Maduro.

Logo após sua chegada a Madri, foi recebido pelo presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que sempre expressou seu apoio aos opositores venezuelanos e não reconheceu a Assembleia Constituinte promovida por Maduro para tirar dos opositores o único poder que tinha, o Parlamento.

Ledezma assegurou ante a imprensa ter recebido todo o apoio do chefe de governo espanhol, que, por sua vez, disse o opositor, recomendou a ele "um esforço maior para conseguir uma verdadeira unidade na Venezuela".

O prefeito disse ter pedido a Rajoy, que frente às dificuldades no abastecimento de alimentos, "lidere na Europa a luta para que se possa criar um canal humanitário", e também pediu ajuda para viajar à França e ao Vaticano. "Vou me dedicar a percorrer o mundo, vou contribuir no exílio para ser uma extensão da esperança dos venezuelanos de sair desse regime, dessa ditadura", afirmou.

O governo da Venezuela criticou o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, por ter recebido Ledezma. A chancelaria expressou seu "rechaço" à audiência que Rajoy concedeu a Ledezma pouco depois de o dissidente venezuelano ter aterrisado no aeroporto de Barajas procedente de Bogotá.