São Paulo - Após encerrarem a batalha judicial por um tratamento experimental, os pais de Charlie Gard afirmaram nesta terça-feira (25) que querem que o bebê morra em casa, mas que o hospital Great Ormond Street, em Londres, cria obstáculos para tentar evitar que isso não aconteça. "Estamos lutando contra as dificuldades que o hospital está colocando no caminho dos pais de terem um pequeno tempo [com o bebê] antes do ato final da curta vida de Charlie", disse o advogado da família, Grant Armstrong.

O hospital informou à Alta Corte de Londres que Charlie não pode ser levado para casa. De acordo com uma advogada do Great Ormond Street, a entidade gostaria de realizar o desejo dos pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, "se fosse prático". Ela afirmou que o casal rejeitou uma oferta de mediação.

Documento divulgado pelo Great Ormond Street afirma que o equipamento de ventilação de que Charlie precisa só poderia ser fornecido em um hospital. De acordo com o texto, Charlie requer um tratamento "altamente especializado, que não pode ser simplificado". "O plano de cuidado precisa privar Charlie de toda a dor e precisa proteger sua dignidade. Ao mesmo tempo, precisa honrar os desejos de seus pais sobre suas questões em particular, especificamente o tempo e o lugar de seu falecimento", diz o documento elaborado por advogados do hospital.

Nesta segunda (24), os pais do menino, Chris Gard e Connie Yates, abandonaram a disputa para levar Charlie a um tratamento nos Estados Unidos e passaram a discutir com o hospital sobre como e quando as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas. Tribunais alegam que a ida aos EUA apenas prolongaria o sofrimento do bebê.