A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está disposta a enviar tropas à Macedônia, a pedido do presidente Boris Trajkovski, se governo e rebeldes albaneses chegarem a um acordo sobre o desarmamento, informou um responsável da Aliança ontem, em Bruxelas. A intervenção, segundo o Conselho Atlântico, se limitaria ao desarmamento dos rebeldes.
É ‘‘necessário e urgente (...) um acordo político entre as partes e o fim das hostilidades, condição prévia e indispensável para qualquer ajuda da OTAN’’, declararam os embaixadores dos 19 países da Aliança.
Os aliados declararam-se ‘‘dispostos a atuar, uma vez cumprida estas condições’’, e anunciaram ter aprovado uma estratégia e estar elaborando um plano de operações para ‘‘uma missão que se limita ao recolhimento das armas’’, precisou um responsável da OTAN, indicando que poderia se tratar de ‘‘uma brigada’’, ou seja, 3 mil homens, que atuariam durante várias semanas.
Após o início dos confrontos entre os rebeldes albaneses e o exército, no Norte do país, que já dura cinco meses, foi decretada uma trégua na semana passada, que não está sendo cumprida totalmente, e o governo de coalizão, que inclui partidos albaneses, estuda um plano de reformas constitucionais que concede mais direitos à minoria albanesa, proposto pelo presidente.
CooperaçãoNa última segunda-feira, o presidente americano George W. Bush afirmou que os Estados Unidos estão prontos para cooperar com a Rússia em uma tentativa de prevenir que a Macedônia seja tomada pela instabilidade.
O líder norte-americano disse também que apóia o pedido feito pelo presidente russo, Vladimir Putin, para que a fronteira entre a Macedônia e a província iugoslava de Kosovo seja fechada para barrar o contrabando de armas para os rebeldes de etnia albanesa que lutam contra o governo de Skopje.
‘‘Acredito que possamos trabalhar com os russos’’, disse Bush. ‘‘Temos o mesmo interesse, que é uma Macedônia estável. Uma Macedônia fraturada e onde extremistas possam agir criará instabilidade na região’’, afirmou. Putin, por sua vez, afirmou que a Macedônia poderia repetir Kosovo caso as nações ocidentais pressionem o governo local para que aceite as demandas dos rebeldes.