Policiais e manifestantes se enfrentaram em uma intensa troca de bombas de gás lacrimogêneo, pedras e coquetéis molotov em Caracas
Policiais e manifestantes se enfrentaram em uma intensa troca de bombas de gás lacrimogêneo, pedras e coquetéis molotov em Caracas | Foto: Juan Barreto/AFP



Caracas - Milhares de opositores venezuelanos exigiram nesta quinta-feira (20), em Caracas, a saída do poder do presidente Nicolás Maduro, durante uma marcha dispersada pela tropa de choque com bombas de gás lacrimogêneo na terceira semana de protestos violentos que já deixaram oito mortos.

Policiais e manifestantes se enfrentaram em uma intensa troca de bombas de gás lacrimogêneo, pedras e coquetéis molotov em Chacaíto, El Rosal e outros setores em vias de acesso à autoestrada estratégica Francisco Fajardo, que terminou com vários feridos e afetados pelo gás.

Após conseguir dispersar o protesto, a polícia e a guarda nacional usaram veículos blindados que disparavam gás lacrimogêneo e jatos d'água, chamados popularmente de rinoceronte e baleia, na direção de um grupo de jovens que os enfrentavam com os rostos cobertos com lenços e gorros.

Um helicóptero da polícia sobrevoava a área. Barricadas de lixo eram queimadas em diferentes pontos e algumas pessoas destruíram um outdoor para usar os restos de trincheira. Gritavam palavras como "liberdade", mas também insultos, como "malditos" e "covardes" aos policiais, protegidos com coletes, capacetes e escudos.

Os principais distúrbios foram registrados em Caracas, embora também tenham sido reportados nas cidades de Maracaibo (noroeste), Valencia (centro) e San Cristóbal (oeste). No fim da tarde, no leste de Caracas soavam panelaços, como encerramento deste dia de protestos.

Os manifestantes opositores, que exigem eleições gerais, não conseguiram chegar ao centro de Caracas, reduto do chavismo, onde Maduro liderou na quarta-feira (19) uma concentração em massa de seus seguidores.

"Há cansaço, mas temos que ter coragem. Eu estou disposto a sair às ruas todos os dias se for necessário", declarou Aquiles Aldazoro, um universitário de 22 anos.