A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou o presidente do México, Enrique Peña Nieto, que seu país se converteu no "mais mortífero do mundo para os jornalistas", com pelo menos sete assassinados até o momento neste ano. A informação é da agência Télam.

Em uma carta divulgada durante a visita de Peña Nieto a Paris – onde será recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron –, o secretário geral da RSF, Christophe Deloire, destacou que "o México se converteu este ano no país mais mortífero do mundo para os jornalistas e se coloca à frente da Síria, país oficialmente em guerra".

Deloire detalhou que, dos sete jornalistas assassinados no México desde 1º de janeiro, em quatro casos não há "nenhuma dúvida" de que a morte está relacionada ao exercício da profissão: Javier Váldez Cárdenas, Maximino Rodríguez Palacios, Cecilio Pineda Birto e Miroslava Breach Veducea.

Acrescentou, ainda, que se o motivo dos crimes contra Ricardo Monlui, Filiberto Álvares Landeros e Salvador Adame Pardo não foi esclarecido, se deve à "falta de transparência das autoridades encarregadas das investigações e pela corrupção local", segundo a agência EFE.

"Esta situação de violência é ainda mais inaceitável e indigna para um país democrático", porque, segundo o secretário geral, "não começou ontem" e já foram contabilizados mais de 100 assassinatos de comunicadores no México desde 2000 e pelo menos uma dezena só no ano passado.

Além disso, continuam há muitos anos os sequestros, agressões e desaparições de profissionais da informação, segundo a RSF, que atribui esta violência ao fato de que "a impunidade é infelizmente a regra" e à conivência entre o crime organizado e "certas autoridades políticas e administrativas".