Desabamento de escola na Cidade do México matou ao menos 21 crianças
Desabamento de escola na Cidade do México matou ao menos 21 crianças | Foto: Omar Torres/AFP



Cidade do México - Os trabalhos de resgate prosseguiam sem descanso na capital mexicana no início da noite desta quarta-feira (20), na esperança de resgatar com vida uma menina presa sob os escombros de uma escola, que ruiu com o violento terremoto da véspera, no qual morreram ao menos 225 pessoas.

Em meio às ruínas da escola Rebsamen, onde morreram 21 crianças e cinco adultos, os socorristas conseguiram localizar com um escâner térmico uma menina viva sob os escombros. Até a noite, 11 crianças e pelo menos uma professora foram retirados com vida da escola que desabou. "Estamos muito, muito perto de pessoas que podem estar vivas. Estamos trabalhando com câmeras térmicas e unidades com cães", disse à AFP por telefone Pamela Díaz, padeira de 34 anos, que desde a terça-feira (19) trabalha no resgate.

Do total de mortos, 94 eram da Cidade do México, 71 do Estado de Moreles, 43 de Puebla, 12 do Estado do México, 4 de Guerrero e 1 de Oaxaca. Nas ruas da Cidade do México, dezenas de pessoas esperam, angustiadas, notícias de seus parentes ainda desaparecidos.

No bairro Condesa, Karen Guzmán estava sentada em uma banqueta, de costas para um dos prédios desabados porque não suporta ver os trabalhos de resgate de umas 30 pessoas que poderiam estar vivas sob os escombros. Ao seu lado, há dois postes onde foram colocadas as listas de pessoas resgatadas atualizada de tempos em tempos, mas nelas não aparece o nome de seu irmão Juan Antonio Guzmán, 43, um contador que estava no último dos quatro andares do prédio de escritórios. "Minha mãe está procurando em hospitais porque não confiamos nestas listas. Às vezes acho que ninguém sabe nada", disse. "Tem que estar vivo, eu sei que vão tirá-lo", acrescentou com um fio de voz.

Muito perto dela, Marta Laura Hernández, 39, aguardava notícias do pai de seus três filhos, de 6, 7 e 13 anos. "Um de seus colegas já me disse que viu que ele não conseguiu sair e que ficou preso junto com outras 50 ou 60 pessoas, me contou também que o edifício desabou quase no início do sismo, foi algo repentino", chegou a dizer, antes de cair em prantos.

Enquanto os parentes vão e vêm entre vários hospitais, nas redes sociais se organizam brigadas de voluntários com bicicletas, motocicletas e a pé, que pedem donativos: máquinas para remover os grandes pedaços de cimento e remédios, de analgésicos a morfina e oxigênio.

RUÍNAS
Na Cidade do México desabaram 39 edifícios, segundo o prefeito Miguel Ángel Mancera, que assegurou que salvo em uns cinco, onde se determinou que não havia pessoas presas, os trabalhos de resgate permanecem.

O prefeito destacou que pelo menos 40 pessoas foram socorridas com vida de dois dos edifícios que ruíram e que umas 600 construções serão revisadas para verificar o estado de suas estruturas. Após o sismo de terça-feira, com 7,1 graus de magnitude, foram registradas várias réplicas. "Se não se sentem seguros, a recomendação é não ficar na residência", advertiu Carlos Valdés, diretor do Centro Nacional de Prevenção de Desastres. As aulas foram suspensas até novo aviso, enquanto empresas e escritórios públicos trabalham apenas com pessoal essencial.