Peres ganhou o Nobel da Paz de 1994 pela assinatura dos Acordos de Oslo, maior tentativa até hoje de solução do conflito entre israelenses e palestinos
Peres ganhou o Nobel da Paz de 1994 pela assinatura dos Acordos de Oslo, maior tentativa até hoje de solução do conflito entre israelenses e palestinos | Foto: Gali Tibbon/AFP



Tel-Aviv - Um dos maiores esquemas de segurança da história de Israel foi montado para o velório, nesta quinta (29), e o funeral, nesta sexta (30), do ex-presidente, ex-premiê de Israel e Nobel da Paz Shimon Peres, morto na quarta (28), aos 93 anos. A operação será a maior desde o enterro do ex-premiê Yitzhak Rabin, assassinado em novembro de 1995, e contará com milhares de policiais, soldados e agentes do serviço secreto (Shin Bet).
O primeiro desafio será o velório, marcado para esta quinta no Knesset, o Parlamento em Jerusalém, onde Peres atuou por quase meio século. A expectativa é que milhares de pessoas façam fila para prestar homenagens ao líder, último da geração dos fundadores de Israel e que se tornou um dos estadistas mais queridos do país.
O segundo e mais complicado evento será o enterro, nesta sexta. Mais de 80 autoridades internacionais já confirmaram presença no cemitério do Monte Herzl, onde estão enterrados os principais nomes da política do país, incluindo Rabin e os também ex-premiês Golda Meir (1898-1978) e David Ben-Gurion (1886-1973). Entre os principais líderes que confirmaram presença estão Barack Obama (EUA), Angela Merkel (Alemanha) e François Hollande (França).

ÁRABES
Das prováveis ausências, a mais notável deverá ser a do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. Ele enviou uma carta de condolências à família de Peres expressando tristeza, mas não emitiu nota oficial sobre a morte do líder israelense.
Peres ganhou o Nobel da Paz de 1994 pela assinatura dos Acordos de Oslo (1993), maior tentativa até hoje de solução do conflito entre israelenses e palestinos.
Já o grupo islâmico palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, não escondeu a satisfação. "O povo palestino está feliz com partida desse criminoso envolvido no derramamento de sangue dos palestinos", disse o porta-voz Sami Abu-Zuhri.