Nova York - Aos gritos de "não é meu presidente" e ao ritmo de canções patrióticas e de protesto, 10 mil pessoas se manifestaram em Nova York contra Donald Trump nesta segunda-feira (20), feriado em que os americanos comemoram o "Dia do Presidente".

Manifestantes de todas as idades se concentraram na Columbus Circle, em frente ao Trump International Hotel e ao lado do Central Park, para expressar sua insatisfação com o novo governo em mais uma manifestação que sacode o país desde que Trump chegou à Casa Branca, há um mês.

Assim que começou o protesto, já havia 3 mil manifestantes, e uma hora antes de seu fim chegavam a 10 mil, segundo contagem não oficial da polícia, que fechou várias quadras da Central Park West. Cerca de 15 mil pessoas disseram que participariam da manifestação convocada pelo Facebook. A cidade de Nova York não fornece números oficiais sobre o público em manifestações.

"Trump está destruindo o país. Se não fizermos algo, perderemos os Estados Unidos antes de percebermos. Por isso, nos últimos quatro dias fui a quatro protestos. O que mais posso fazer? É a única maneira de tentar chegar ao Congresso", disse à AFP uma das manifestantes, Rima Strauss, psicoterapeuta aposentada de 70 anos que vive entre Nova York e Washington. Protestos semelhantes ocorreram em outras grandes cidades, como Los Angeles. "Trump não nos escuta. Mas se as pessoas comuns protestarem nas ruas, talvez tenhamos sorte de (acontecer) uma revolução", assinalou.

Foi a terceira manifestação consecutiva registrada em Nova York em três dias. No sábado, manifestantes haviam feito um funeral simbólico para a instituição da Presidência americana no Washington Square Park, e, no domingo, mil pessoas se reuniram na Times Square para um protesto convocado sob o slogan "Eu também sou muçulmano". "Somos muçulmanos, viemos pregar uma mensagem de paz e amor. Obedeço o presidente Trump, mas não tenho motivos para concordar com suas políticas", explicou outro manifestante, Qamar Khan, estudante de medicina de 26 anos que chegou aos Estados Unidos vindo do Paquistão aos sete anos e hoje é americano.

Khan, que distribuía folhetos que explicavam sobre o Islã, se referia à ordem executiva que proibiu temporariamente a entrada no país de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana, mas que foi suspensa pela Justiça. Trump também quer deportar milhões de imigrantes em situação ilegal, dos quais a maioria é latina.