A londrinense Miriam Girardot, guia turística em Paris, contou à FOLHA o clima de medo que tomou conta da cidade. "A Champs Élysées foi totalmente fechada. As lojas e restaurantes baixaram as cortinas com clientes dentro. Algumas estações de metrô foram fechadas e, rapidamente, já não havia ninguém nas ruas", relatou. "No começo chegou a ser cogitado que se tratava de um assalto armado a uma loja na Champs-Élysées, mas em seguida foi confirmado que o atirador já era fichado e as características eram de um atentado terrorista", completou.

Miriam, que mora há 17 anos em Paris, acredita que a violência poderá influenciar a eleição presidencial francesa, marcada para domingo (23). "Acompanhando as notícias, penso que esse ataque terrorista pode favorecer a extrema-direita na eleição presidencial de domingo", disse, referindo-se à candidata Marine Le Pen, da Frente Nacional (FN), partido com programa centrado em ações anti-imigração.

Miriam lembrou que, desde que chegou à França, quatro atentados foram registrados. "O medo existe, mas aprendemos a conviver com isso. Após o atentado ao jornal Charlie Hebdo [2015], a população reagiu saindo às ruas e mostrando união, houve uma grande solidariedade. Acredito que desta vez não será diferente", pontuou.