Berlim - Um dia após as eleições que marcaram a sua controversa estreia dentro do Parlamento alemão, o partido de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha) sofreu uma primeira baixa nesta segunda-feira (25). A vice-líder Frauke Petry, sua figura mais carismática, chocou os próprios colegas ao anunciar que não vai participar do grupo parlamentar da sigla, que teve 12,6% dos votos no pleito de domingo (24).

Petry, que conquistou um assento em seu distrito eleitoral na Saxônia, fez o anúncio durante uma coletiva de imprensa e deixou a sala sem responder às perguntas dos jornalistas. A julgar pelas reações de outros membros do partido, o gesto foi inesperado mesmo para eles.

A decisão é resultado de meses de disputas internas, em que Petry se apresentava como uma ala mais moderada dentro de um partido radical marcado pela xenofobia e pela aversão ao islã. Ela estava descontente, por exemplo, com algumas das afirmações recentes de Alexander Gauland, outro líder da AfD, que descreveu como "pouco construtivas".

Petry criticou publicamente Gauland por ter dito que o partido iria perseguir o governo atual da chanceler Angela Merkel e que a Alemanha deveria ter orgulho de seus soldados na Segunda Guerra Mundial - em que o regime nazista matou ao menos 6 milhões de judeus.