Nova York - Um comunicado da Cruz Vermelha Internacional revela que o número de casos de cólera no Iêmen pode ultrapassar 600 mil até o fim do ano, no que já é considerada a crise mais grave da doença no mundo. Especialistas da organização afirmam que um em cada 45 iemenitas podem ser atingidos pela enfermidade até o fim de 2017. A informação é da agência ONU News.

O presidente da Cruz Vermelha, Peter Maurer, disse que a tragédia do surto de cólera é "feita por mãos humanas" e "completamente evitável". Segundo ele, a epidemia é uma consequência direta do conflito armado que arrasou a infraestrutura do país, levando todo o sistema de saúde ao fracasso.

Com os bombardeios constantes ao Iêmen, as estações de água e esgoto do país foram destruídas, levando a uma rápida disseminação do cólera. Além disso, menos da metade das instalações de saúde do país estão funcionando. Além do cólera, a população está exposta agora a outras doenças como malária e dengue.

O presidente da Cruz Vermelha visita as cidades de Aden, Taiz e a capital do Iêmen, Sanaa. Ele deve permanecer cinco dias no país para discutir a situação humanitária. De acordo com a organização, pelo menos dez famílias contatam a Cruz Vermelha todas as semanas para reportar o sumiço de um parente.

Mais de 3 milhões de pessoas fugiram de suas casas desde o início dos combates no Iêmen. E mais de 20 milhões precisam agora de assistência humanitária urgente.