Sanaa, Iêmen - Os rebeldes xiitas do Iêmen declararam nessa segunda-feira (15)estado de emergência por uma epidemia de cólera em Sanaa e pediram ajuda à comunidade internacional para enfrentar o problema. Os casos de cólera registrados recentemente superam a "média habitual" e o sistema de saúde da capital é "incapaz de conter esta catástrofe", afirmou o departamento de Saúde da administração instaurada pelos rebeldes xiitas huthis que controlam a cidade.

Segundo um novo balanço do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) divulgado nessa segunda-feira, a epidemia causou 184 mortes desde 27 de abril, com 11.000 outros casos suspeitos assinalados no país.

O "ministro" da Saúde dos rebeldes, Hafid ben Salem Mohammed, afirmou que "a amplitude da doença supera a capacidade" dos serviços. "Estamos enfrentando uma grave crise de cólera", declarou Dominik Stillhart, diretor de operações do CICV, no domingo em Sanaa, ao fim de uma missão no Iêmen.

A doença se propagou e o balanço tem aumentado rapidamente.
Antes do anúncio do estado de emergência, Amin Mohammed Jamaan, o prefeito de Sanaa nomeado pelos rebeldes, prometeu facilitar o trabalho das organizações internacionais no combate à doença. "As autoridades de Sanaa fornecerão todas as facilidades, apoio e cooperação às organizações internacionais", afirmou Jamaan.

A guerra no Iêmen destruiu as infraestruturas de saúde do país mais pobre da península arábica. O conflito envolve as forças leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiado por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, aliados ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh.