São Paulo - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ontem ser ''escandaloso e vergonhoso'' o filme ''A Inocência dos Muçulmanos'', que provocou protestos violentos em mais de 30 países desde o dia 11. Ele evocou o princípio da liberdade de expressão, mas alertou que o direito deve ser exercido sem ofender as crenças e os valores alheios.
''Quando alguns usam essa liberdade de expressão para provocar ou humilhar outras pessoas em seus valores e crenças, então não pode ser protegida da mesma forma. Ela não pode ser usada de forma abusiva para um ato tão escandaloso e vergonhoso.'' A reação do chefe da organização vem nove dias depois da divulgação das imagens, que mostram o profeta Maomé como imoral e brutal.
O vídeo provocou violentos protestos diante das representações diplomáticas americanas em mais de 30 países do Oriente Médio, da Ásia e da Europa, sendo mais intensos no Egito, na Tunísia e na Líbia.
Em Benghazi, no leste líbio, o embaixador americano no país, Christopher Stevens, e outros três diplomatas foram mortos em uma emboscada no consulado da cidade, em meio aos atos de repúdio na cidade.
Ontem, os protestos continuaram no Paquistão e no Afeganistão. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas em um protesto na capital Islamabad após confrontos entre manifestantes e a polícia.