São Paulo - Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer que o Irã "cumpre as condições" de acordo de restrição nuclear, o governo norte-americano anunciou nesta terça (18) novas sanções ao país. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, as sanções serão implantadas por causa do programa iraniano de mísseis balísticos e pelo "apoio de Teerã a grupos terroristas" no Oriente Médio.

As sanções atingem indivíduos ou entidades que, segundo os EUA, são apoiadores do programa de mísseis de Teerã ou da Guarda Republicana. Antes, Trump havia se afastado da promessa de campanha de suspender o acordo nuclear com o Irã ao anunciar que manterá o tratado, ao menos por ora. Sob os termos, firmado há dois anos, Teerã reduziu a produção de material nuclear em troca da suspensão de diversas sanções econômicas.

"As condições", segundo um funcionário da Casa Branca, "foram cumpridas, com base em informação de que dispõem os Estados Unidos". O chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo Trump "envia sinais contraditórios" sobre a vontade dos EUA de manter o acordo nuclear.

Desde que o pacto entrou em vigor, em janeiro de 2016, o Executivo americano deve "certificá-lo" a cada 90 dias no Congresso, o que significa confirmar que Teerã respeita os termos estabelecidos. O governo Trump certificou esse acordo pela primeira vez em abril.

Em maio, o presidente republicano já havia dado continuidade à política de seu antecessor Barack Obama, no que diz respeito à suspensão das sanções vinculadas ao programa nuclear.

O texto do acordo de restrição foi firmado em 14 de julho de 2015, em Viena, na Áustria, pelo Irã e pelas principais potências mundiais (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha). O acordo foi visto em Washington como uma forma de evitar uma ação militar para impedir que o Irã obtivesse a arma nuclear. Não aliviou, porém, as tensões entre Teerã e Washington. Ambos continuam em lados opostos em conflitos no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen.

Durante a campanha eleitoral, Trump denunciou esse acordo nuclear e prometeu renegociá-lo, sendo mais duro com o Irã.