Buenos Aires - "Não temos nenhum rastro do submarino". Assim começou o desalentador comunicado do porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, sobre a embarcação ARA San Juan, que está desaparecida há uma semana. O submarino fez seu último contato na manhã da última quarta-feira (15), o que ensejou uma operação de busca com a participação de vários países, incluindo Estados Unidos, Chile e Brasil. O Brasil dá apoio às operações com três navios da Marinha e dois aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).

Balbi conversou com jornalistas na manhã desta quarta-feira (22), uma data emblemática porque se o submarino estiver submerso, inicia-se uma fase crítica, já que a autonomia da embarcação em termos de oxigênio é de sete dias. Na hipótese de o submarino estar na superfície, não há que se preocupar com a questão de oxigênio. Porém, "se estiver submerso, entramos numa fase crítica, porque já é o sétimo dia, e a autonomia da embarcação em termos de oxigênio passa a ser um problema."

Embarcações equipadas com sonares e um avião do Brasil e outro dos Estados Unidos foram enviados para a área, mas não encontraram nada. O ponto, a 300 km da costa da cidade de Puerto Madryn, coincidiu com um área indicada pela Marinha dos Estados Unidos, que disse ter localizado com um de seus aviões uma "mancha de calor" a 70 metros de profundidade.

Perguntado sobre os diversos rumores sobre ruídos que estariam sendo ouvidos por embarcações que estão participando da busca, Balbi também descartou pertencerem ao ARA San Juan. "É uma zona muito cheia de barcos pesqueiros, estamos investigando cada um dos ruídos reportados, mas não há indícios de que algum venha do submarino."

Mesmo assim, Balbi informou que a Marinha direcionou parte de seus esforços para a área à leste da Península Valdes, onde os sinalizadores teriam sido vistos, para rastrear o local.

O ARA San Juan saiu de Ushuaia, no extremo sul do país, e estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina. A embarcação com 44 tripulantes se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicações foram interrompidas.