A CNDH (Comissão Nacional de Direitos Humanos) do México informou que aumentou para 68 o número de jornalistas mortos e para 13 o de desaparecidos no México desde 2000. O relatório anterior sobre os ataques a jornalistas realizado pela CNDH em outubro contabilizava 65 comunicadores mortos.

A comissão "recomenda o esclarecimento dos casos em que os jornalistas e comunicadores tenham sido atingidos", segundo um comunicado. O relatório não detalha os novos casos. A CNDH ainda levantou que 21 atentados foram cometidos contra instalações de meios de comunicação em pouco mais de uma década.

Um relatório anual publicado hoje (02) pela organização não-governamental The Freedom House afirma que o México não goza de liberdade de imprensa. Os autores do documento qualificam a situação no México como surpreendente e preocupante, já que, além dos ataques, há autocensura e medo de fazer certas reportagens apesar do país ter uma democracia sólida.

Em outubro, a comissão nacional publicou um guia para implementar medidas de segurança em caso de ataques a jornalistas depois que uma visita da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos) concluir em setembro que o México é o país mais perigoso para o exercício do jornalismo nas Américas.

Alguns editores de meios locais, principalmente do Norte do país, optaram pela autocensura devido ao perigo enfrentado pelos repórteres que cobrem o narcotráfico. Desde 2006, o país vive uma guerra das autoridades contra os cartéis de traficantes de drogas, na qual os repórteres se tornaram alvos de ataques ou ficaram presos em meio a tiroteios entre os dois lados. O conflito deixou até agora 34.600 mortos. As informações são da Associated Press.