Mar del Plata, Argentina - A angustiante busca pelo submarino argentino, perdido no Atlântico com 44 tripulantes a bordo há seis dias, se intensificou nesta terça-feira (21) com forte colaboração internacional, graças a uma melhora das condições climáticas, e com pressa extrema. Sem sair à superfície, o "San Juan" tem capacidade de oxigênio para sua tripulação por sete dias e sete noites. "Supondo a fase mais crítica, que seria o submarino submerso e sem condições de emergir, estamos no sexto dia de oxigênio", disse Enrique Balbi, porta-voz da Marinha argentina.

"O tempo está contra nós, mas nunca devemos perder as esperanças", advertiu Alejandro Cuerda, chefe da flotilha de submarinos da Espanha, que colabora com as buscas, em declarações ao canal TN. O submarino zarpou há nove dias de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, e era esperado no domingo passado no Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul da capital, seu porto habitual.

Após terem se iludido nos últimos dias com dois indícios que resultaram negativos, a incerteza foi se transformando em angústia. Sete chamadas por satélite e um barulho no fundo do mar deram esperanças de que se tratava do submarino, mas foram descartadas após várias horas.

A área de busca inicial era de 300 km de diâmetro nesta zona do Atlântico, onde a profundidade varia entre 200 e 350 metros, que já foi "100% varrida", disse Balbi. A zona de busca foi ampliada e abarca 482.507 km2, detalhou o Ministério da Defesa.

Uma dúzia de aviões e 16 navios de Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Brasil, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai se somaram à operação de busca e resgate lançada na quinta-feira passada. A Base Naval de Mar del Plata, cidade portuária e maior balneário da Argentina, se transformou no epicentro da agoniante espera dos familiares.

Em agosto de 2000, o submarino nuclear russo "Kursk" naufragou no Mar de Barents, causando a morte de 118 membros de sua tripulação, o maior acidente de submarino em 30 anos.