Imagem ilustrativa da imagem Chanceler defende proibição de veú islâmico
| Foto: Aref Karimi/AFP
Comum em países como o Afeganistão, uso de burca é alvo de polêmica na Europa


São Paulo - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta terça-feira (6) a proibição do uso de véus que cubram todo o rosto em lugares públicos. "O véu completo não é apropriado aqui, deveria ser proibido onde quer que seja legalmente possível. Isso não pertence a nós", disse a chanceler. A declaração foi recebida com aplausos pelos participantes da conferência da União Democrática Cristã (CDU). No evento, ela foi reeleita líder do partido, que tem orientação conservadora. A manutenção de Angela Merkel na liderança da legenda ocorre poucas semanas depois de ela anunciar a intenção de concorrer a um quarto mandato como chanceler.

A intenção de proibir o uso do véu deve provocar atritos com membros da comunidade islâmica. A religião orienta que as mulheres usem algum tipo de véu, e algumas muçulmanas vestem peças como a burca e o niqab, que cobrem o rosto. A chanceler desagradou muitos eleitores conservadores ao receber, em 2015, mais de 1 milhão de imigrantes e refugiados, muitos deles vindos de países de tradição islâmica, como a Síria e o Afeganistão.

Não é a primeira vez que membros do governo alemão recomendam a proibição do véu completo em lugares públicos. Em agosto, o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse que a vestimenta "não se encaixa na nossa sociedade". A proibição do véu islâmico tem precedentes na Europa. Em 2011, a França baniu o uso da burca e do niqab em lugares públicos, medida que foi suspensa em 2014 pelos órgãos de direitos humanos da União Europeia.

Recentemente, algumas cidades francesas instituíram temporariamente a proibição do uso do burquíni, peça de banho que mistura a burca com o biquíni, alegando razões de segurança após uma série de atentados terroristas no país.