A londrinense Bianca Fraccalvieri mora há 16 anos em Roma. Na madrugada desta quarta (24), ela sentiu o primeiro abalo sísmico enquanto dormia. "Acordei porque a cama balançava muito. Depois vi o lustre e até mesmo as portas do armário balançarem", relatou. O primeiro tremor ocorreu por volta das 3h30 da madrugada. Alarmes dos carros dispararam em seguida. "Eu fiquei sem internet no celular para acompanhar as notícias, mas não tive dúvidas de que se tratava de um terremoto. Foi muito nítida a sensação", afirmou.
A jornalista trabalha na Rádio Vaticano junto com colegas brasileiros. Rafael Belincanta, natural de Chapecó (SC), também sentiu os tremores em Roma. "Foi assustador acordar com a cama que saltava e tremia. Demorei para me dar conta que era um terremoto. Nunca havia sentido isso e não quero voltar a sentir", contou. O jornalista relatou que foram, pelo menos, três abalos mais fortes durante a madrugada. "Aqui no meu bairro estamos em um ponto mais alto, então sentimos bastante os tremores. Não consegui mais dormir. No primeiro, vários alarmes dispararam. No segundo, uma hora depois, algumas pessoas desceram para a rua", descreveu. O epicentro ocorreu a 150 km de Roma. Na capital italiana não houve danos materiais à população. Conforme Rafael, a prefeita de Roma, Virgínia Raggi, estabeleceu pontos de coleta de doações para os desalojados. Durante a tarde, o Papa Francisco rezou pelas vítimas da tragédia.
Em Pescara, na costa leste da região central da Itália, o londrinense Marcio Venicius Forte estava com a família quando percebeu os tremores. "Já tínhamos passado por um terremoto. A sensação foi a mesma. Fomos pegar as crianças no quarto e em 30 segundos parou. Vimos que alguns vizinhos saíram para a rua, mas como as crianças não acordaram preferimos ficar em casa", explicou. Marcio, a esposa e os filhos estão há uma semana na cidade italiana. Ele trabalha como coordenador técnico das categorias de base do Pescara Futsal.
O epicentro ocorreu a 250 km da cidade. "Aqui em Pescara foi só o susto. Estamos muito tristes como toda a Itália porque duas cidades, Amatrice e Pescara do Tronto, foram quase destruídas. Toda a Itália está se unindo. Todas as companhias telefônicas estão pedindo contribuição, além de darem recargas telefônicas grátis para todas as pessoas dessas duas cidades. Muitas cidades estão fazendo campanhas para doações de sangue, água, alimento etc. Já chegou reforços de toda a Itália para ajudar a achar mais pessoas que possam estar embaixo dos escombros. Estamos rezando pelas famílias que perderam tudo", lamentou.