Caracas - Dois aviões das Forças Armadas da Rússia aterrissaram no último sábado (23) no aeroporto de Maiquetía, em Caracas, transportando militares e equipamentos. A confirmação foi feita neste domingo pela agência estatal russa Sputnik.

A missão chega em "cumprimento" aos "contratos de natureza técnico-militar", segundo uma matéria da Sputnik, que cita fontes da embaixada russa em Caracas, sem dar mais detalhes.

No entanto, essas fontes disseram à agência russa que a chegada da aeronave não tem "nada de misterioso" e ocorre no marco de acordos assinados há vários anos.

Mais cedo, jornalistas da AFP haviam verificado a presença de um avião com bandeira russa no aeroporto, localizado a cerca de 40 minutos de carro da capital venezuelana, com forte custódia de contingentes da Guarda Nacional Militar. Contactadas pela AFP, as autoridades venezuelanas não emitiram comentários.

Segundo a imprensa local, dois aviões militares russos - um jato e um cargueiro transportaram para a Venezuela cem soldados liderados pelo general Vasily Tonkoshkurov, diretor da alto comando das Forças Armadas do país europeu. Segundo o jornal El Nacional, "35 toneladas de materiais" chegaram junto com a missão militar.

Rússia e China, principais credores da dívida externa da Venezuela (estimada em US$ 150 bilhões), têm sido dois dos maiores aliados do governo de Nicolás Maduro em meio a uma crescente pressão internacional para que ele abandone o poder. A colaboração militar entre Caracas e Moscou fortaleceu desde o inicio do chavismo, com a compra de equipamentos e armamento militar.

Em dezembro passado, dois bombardeiros TU160, um avião de carga e outro de passageiros foram enviados pela Rússia para a Venezuela para participar de exercícios de defesa com a Força Armada venezuelana.

Esse colaboração avivou as tensões de Caracas com Estados Unidos e a vizinha Colômbia. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou os exercícios, acusando Moscou e Caracas de serem "dois governos corruptos desperdiçando fundos públicos e reprimindo a liberdade".