Em meio a pirâmides, tumbas, cidades, animais e muitos personagens, o prazer de explorar o deserto
Em meio a pirâmides, tumbas, cidades, animais e muitos personagens, o prazer de explorar o deserto | Foto: Divulgação



Todo final de ano, o mercado de games aquece demais com diversos lançamentos e a hype vai nas alturas. O último trimestre é marcado por muitos games de esporte, mas vira e mexe surgem surpresas que deixam os jogadores em alvoroço. Na última semana, dois lançamentos de empresas tradicionais do mercado chamaram muita atenção: Assassin's Creed Origins, da Ubisoft e Super Mario Odissey, da Nintendo (veja box), sem dúvida são os grandes destaques do momento.
Basta dar uma olhada com critério para os lançamentos mais recentes e perceber a força da Ubisoft em colocar no mercado uma infinidade de títulos, alternando games já consagrados com outros inéditos. Quando se trata da famosa franquia Assassin's Creed, uma crítica dos gamers é que os jogos estavam chegando no mercado de forma muita rápida – um atrás do outro – e isso estava fazendo que eles perdessem qualidade. "Eu acredito que AC perdeu um pouco a força de antigamente, mas continua com uma comercialização bacana. O novo Origins chamou a atenção do pessoal e surpreendeu em vendas", explica Gabriel Modenuti, proprietário da Koopa Troopa Games, em Londrina.

ANÁLISE
O fôlego de dois anos referente a versão passada – AC Syndicate, que se passa na Revolução Industrial – fez muito bem à franquia que impacta com ótimo gameplay e enche os olhos dos jogadores desde os primeiros minutos do jogo. A reportagem da FOLHA recebeu uma cópia do game e faz uma análise do título.
Sem dúvida, levar a famigerada história da Irmandade dos Assassinos para sua "origem", no Egito Antigo, foi algo que a Ubi acertou em cheio. Nos últimos games, o enredo estava maçante e os fãs da série tinham dificuldades em abraçar a história, algo que sempre foi muito importante para a franquia. Agora, na pele de Bayek, da cidade de Siuá, o objetivo é vingar a morte do filho, lidando com seu passado traumático, que o leva a se tornar um assassino sem escrúpulos. Parece clichê, mas a história se desenrola de forma interessante e imersiva.
Imersão que ganha outro patamar no incrível ambiente criado para o game. Há tempos não sentia tanto prazer em caminhar pelo mapa de um game AC. Em meio a pirâmides, tumbas, cidades, animais e muitos personagens, torna-se prazeroso explorar o deserto (seja de camelo ou cavalo), o que deixa inclusive as missões secundárias – para ganho de XP – bem mais interessantes. Como acontece em games clássicos de mundo aberto como GTA, o jogador não enjoará fácil das missões e seguirá empolgado por dezenas de horas de gameplay.
Outro ponto alto de Origins são os gráficos: simplesmente de cair o queixo. Como já se tornou tradicional em games que prezam pela estética, existe um modo fotografia e o jogador pode fazer fotos incríveis para que outros acompanhem a sua jornada. Vale a pena conferir cada ambiente.
O sistema de combate também ganhou melhorias importantes. Agora, no confronto corpo a corpo, não adiante ficar apenas apertando um único botão. É possível "travar a mira no inimigo", esquivar, acertá-lo de diversas formas e isso deixa cada luta mais desafiadora, algo que faltava nas versões anteriores.
Por fim, curti demais a companheira inseparável de Bayek, a águia Senu, que permite que o jogador tenha uma visão panorâmica do mapa (como um drone) deixando o game ainda mais estratégico e pensando em cada missão. Depois de muitos erros e acertos, a Ubisoft volta entregar aos fãs um AC que eles merecem. Um jogo impecável e que vale o investimento.

Gabriel Modenuti: novo Origins surpreende em vendas
Gabriel Modenuti: novo Origins surpreende em vendas | Foto: Gina Mardones



Super Mario Odissey: candidato forte a jogo do ano
Entra ano sai ano e o famoso encanador bigodudo continua arrebatando milhares de fãs, sejam os jogadores saudosistas ou da nova geração dos consoles. Super Mario Odissey chegou para Nintendo Switch há poucos dias provando mais uma vez a força do clássico da famosa empresa japonesa.
Os números provam por si só: são dois milhões de cópias vendidas em todo o mundo em apenas três dias e as análises dos especialistas colocam o game como grande candidato a jogo do ano. No site Metacritic, que reúne os reviews de diversas mídias sobre games, a média de Odissey está em incríveis 97, de uma escala de 0 a 100.
Criador do personagem, Shigeru Miyamoto mais uma vez acertou e a palavra da vez é inovação. Mario desta vez viaja por diversos mundos, lugares incríveis que fogem bastante do padrão da série de três décadas da franquia. Inclusive, em um dos estágios, ele se encontra pela primeira vez com seres humanos que fogem da suas características "cartunescas". O novo mundo do Mario é fantástico. Semi-aberto, é possível explorar diversas áreas. O jogador não fica com vontade de ir direto para o final do estágio. O gostoso é explorar cada canto.
Outro ponto é a recomendação da Nintendo de jogar com os Joy-Cons (controles) separados, abusando do sensor de movimento. Isso faz com que a jogabilidade seja um diferencial e arremessar o "cap" do Mario se torna uma grande diversão a todo instante. Após alguns minutos explorando o novo game da Nintendo, é impressionante como a infância "bate na porta" e a vontade de jogar mais e mais se torna natural. O bigodudo, como sempre, surpreendendo o mercado. (V.L.)