São Paulo - Conhecido como aplicativo de imagens efêmeras e filtros divertidos, o Snapchat anunciou neste final de semana o lançamento de um óculos de sol que grava vídeos de até 10 segundos e a mudança no nome da empresa. Agora Snapchat é apenas Snap. Tampouco é uma rede social, mas sim uma empresa de câmeras, segundo definição do site da companhia americana. Para fazer juz ao "empresa de câmeras", lançou Spectacles. Os óculos são o primeiro hardware lançado pela empresa e carregam uma câmera grande angular que grava vídeos em primeira pessoa. Ele se integra ao aplicativo por meio de Bluetooth ou Wi-Fi, o que permite ao usuário compartilhar rapidamente na rede social as imagens feitas. Evan Spiegel, CEO do Snap, disse ao "Wall Street Journal", que o produto custará US$ 129,99 e terá distribuição limitada a partir deste outono no hemisfério norte (primavera aqui no Brasil). O objetivo, diz, é testar como os óculos entrarão na vida das pessoas. O receio não é gratuito. O Google fez sua incursão no mundo dos vestíveis com o Google Glass, hoje aposentado. À pergunta da repórter do jornal americano do por quê investir neste produto, Spiegel, hoje com 26 anos, disse "Porque é divertido". Ele defendeu que as imagens geradas são diferentes das feitas com smartphones, mais parecidas com o formato e do campo de visão das pessoas e classificou o ato de segurar o celular ao fazer vídeos como "um muro em frente ao rosto". O Snap tem hoje 150 milhões de pessoas que usam o aplicativo diariamente em todo o mundo e é avaliado em US$ 16 bilhões. Tem crescido a um ritmo acelerado, deixou para trás o Twitter e começa a causar dor de cabeça ao Facebook, que vem sendo acusado de copiar funcionalidades do concorrente. No começo de agosto, o Instagram, que integra o império de Mark Zuckerberg, lançou a ferramenta Stories, que imita a instantaneidade do Snap. A empresa não divulga dados de receita, mas um documento obtido pelo site especializado de tecnologia TechCruch diz que a companhia estima faturar entre US$ 250 milhões e US$ 350 milhões neste ano. Em 2017, até US$ 1 bilhão.