O Gear S3, da Samsung, se conecta ao smartphone via Bluetooth e permite fazer e receber ligações e mensagens, entre outras funções
O Gear S3, da Samsung, se conecta ao smartphone via Bluetooth e permite fazer e receber ligações e mensagens, entre outras funções | Foto: Fotos: Gustavo Carneiro


Quando os primeiros smartwatches começaram a aparecer no mercado brasileiro, poder falar através dele foi a primeira ideia que veio à mente de muitas pessoas. Talvez seja a cena de filmes de agentes secretos, munidos de acessórios futuristas, que tenha ficado na cabeça das pessoas. E assim como os smartphones, os relógios inteligentes vieram trazendo inúmeras possibilidades, sendo que o apelo mais forte das fabricantes foi o acompanhamento de atividades físicas. Mas, ao longo do tempo os smartwatches também provaram que - veja só - eles realmente podem ser usados para se comunicar, mas de maneiras diferentes daquela que as pessoas estão acostumadas.

Assista ao vídeo:



Gear S3
O Gear S3, lançado neste ano ano pela Samsung, se conecta ao smartphone via Bluetooth e permite fazer e receber ligações e mensagens, e desenhar na tela ou escrever mensagens usando teclado, ditado ou respostas rápidas. Mas como digitar usando apenas uma mão na tela circular sensível ao toque de 1.3" não é tarefa muito fácil - o teclado se assemelha ao teclado físico dos celulares antigos, com três opções de letras para cada botão -, o smartwatch é mais recomendado para mensagens curtas, e por isso o gadget oferece opções de respostas predeterminadas como "sim" ou "não". Outra possibilidade é usar mensagem de voz, e enviá-la como áudio ou como texto.

Fazer e receber ligações pelo relógio inteligente também é realidade, usando a mesma agenda de contatos do smartphone. Ao receber chamadas, o usuário pode atendê-las pelo smartphone ou pelo smartwatch. O volume do relógio permite ouvir a ligação em alto e bom som. O Gear S3 é compatível com smartphones que possuem Android 4.4 ou superior com mais de 1.5GB de memória RAM. O preço sugerido é de R$ 2.199,00.

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Zenwatch
O Zenwatch, da Asus – que já está em sua terceira edição -, funciona como "um complemento do smartphone", informou a assessoria de imprensa. Assim, é possível atender ou recusar chamadas, e enviar ou responder mensagens usando digitação por voz. "A pessoa fala e o dispositivo transforma o áudio em texto." O Zenwatch 2 custa R$ 999 e o Zenwatch 3, R$ 1.799. O relógio é equipado com Android Wear e requer um telefone com sistema operacional Android 4.3 ou iOS 8.2.

Apple Watch
O relógio inteligente da Apple se conecta aos modelos de iPhone do 5 em diante e avisa quando o usuário recebe uma mensagem ou ligação. Quando receber mensagem, basta levantar o pulso, lê-la e respondê-la de diversas maneiras. Ao receber chamadas, o usuário pode saber quem está ligando e atender direto do smartwatch. Para ignorar a ligação, basta cobrir o relógio com a mão. A Siri (assistente virtual) pode ajudar a realizar chamadas, por exemplo. O Apple Watch tem preços a partir de R$ 2.199.

Expectativas
Mas antes de sair atrás de um smartwatch, é preciso pensar se o aparelho realmente vai atender às expectativas, alerta Paulo Guedes, especialista de produtos do Zoom, site comparador de preços. Afinal, o investimento não é baixo – parte de R$ 1 mil, ele diz. "É quase 50% do valor de um celular ou está batendo bem próximo do valor de um smartphone." Segundo o especialista, o produto atende a um nicho de mercado, que são executivos que fariam bom uso de um relógio que lhe mostrasse notificações de chamadas, e-mail ou compromissos na agenda durante uma reunião, por exemplo. "Para esse tipo de público tem bastante utilidade." Mas é importante considerar as limitações do gadget, que tem uma tela muito pequena, dificultando a visualização, e que fica no pulso, portanto inviabiliza o uso com as duas mãos. "Estamos falando de uma tela de relógio, que é pequena e exige um tempo de adaptação para ver como funciona."

"Eu bato sempre na tecla da necessidade. Será que de fato é um equipamento de que precisa?", questiona. "O smartwatch é uma extensão do telefone, não vai ter eficiência plena. O smartphone tem que estar perto, e se comunica por Bluetooth, conexão que por si só tem restrições. Hoje tem smartwatch com alto-falante, câmera, comando de voz, funções fitness. Mas se for só pelas funções fitness, será que um monitor cardíaco não compensa mais?" Vale lembrar que alguns relógios inteligentes são compatíveis apenas com smartphones de valores altos. "A pessoa está investindo praticamente em outro celular."