Projetores de bolso

Snap Projector da Motorola: suporte móvel permite ajuste do ângulo de projeção | Foto: Roberto Custódio

A projeção de imagens é o chamariz para aparelhos de duas fabricantes de smartphones lançados no Brasil. O mais recente lançamento foi o Quantum V, em agosto, com função de projeção a laser integrada ao aparelho. Antes disso, no ano passado, a Motorola lançou os Moto Snaps para a sua linha Z, espécies de capinhas que adicionam uma nova funcionalidade, estilo ou potencializam o smartphone. Um dos Moto Snaps é o Insta-Share Projector, que transforma o aparelho em um projetor. Com o recurso, o sonho de ter uma tela de 70" ou 80" dentro de casa se torna realidade, ainda que esbarre no áudio, já que os alto-falantes dos smartphones não são tão potentes quanto ao de uma TV ou de um home theater.

Mas o que atrai na solução trazida pelas fabricantes é a mobilidade. Sempre conosco, os smartphones ganham uma nova funcionalidade com os projetores. Quer no ambiente de trabalho ou acadêmico, quer dentro de casa, ter um desses lançamentos é como ter um projetor de bolso para usar a qualquer momento. No trabalho, na faculdade ou na escola, isso pode ser útil para exibir apresentações sem a necessidade da parafernália dos projetores ou de ficar restrito à tela da computador. Em casa, dá para mostrar as fotos da viagem, exibir um vídeo do YouTube ou até fazer uma "sessão pipoca". Para consumir conteúdo individual, os aparelhos com projetor também "libertam" o usuário da tela pequena e da necessidade de ficar segurando o smartphone nas mãos.

FACILIDADES
Tanto no caso do Quantum V quanto do Snap Projector da Motorola, usar o recurso de projeção é simples. No modelo da Quantum, basta ativar a funcionalidade no menu do smartphone, ao lado de outros recursos como o do Wi-Fi ou o do Bluetooth, por exemplo. O aparelho vem com um suporte para mantê-lo elevado durante a projeção. Dentro do conceito modular proposto pela Motorola com os seus Snaps, o Snap Projector, também se sai bem em relação à facilidade de uso. A Motorola enviou o acessório para testes à FOLHA. Para usar, basta acoplar o Snap ao Moto Z e ligá-lo mantendo o botão ao lado da lente pressionado. O acessório possui um suporte móvel que permite ajustar o ângulo de projeção – é possível projetar até mesmo no teto do imóvel.
Os dois aparelhos, porém, têm características diferentes de tecnologia de projeção. O Quantum V tem a função de projeção integrada. Mesmo assim, o recurso não "pesa" tanto no preço do smartphone. O dispositivo foi lançado em agosto por R$ 1.799. A tecnologia de projeção utilizada é a laser, que segundo o gerente de Produtos da Quantum, Vinicius Grein, oferece cores mais saturadas e precisas. "A projeção a laser usa três cores básicas (vermelho, verde e azul), que são combinadas para formar todas as outras cores possíveis, ao invés de 'decompor' a luz branca de uma lâmpada em suas cores componentes. Como partimos de cores 'puras', elas são mais saturadas e precisas", explica.

Ele acrescenta que o contraste, na projeção a laser, também é superior, resultando em um maior nível de detalhe, especialmente em cenas escuras. A projeção de imagens do Quantum V é de alta definição (HD) até 80", e o ajuste de foco e de "trapézio" - ângulo do aparelho em relação à superfície de projeção para que a imagem fique sempre com o formato retangular - é automático.
Thiago Masuchette, gerente de Produtos da Motorola, destaca a liberdade de poder carregar consigo, ou não, o projetor. Para ele, nem sempre um recurso vai agradar a 100% dos consumidores. "Não necessariamente preciso ter um projetor 100% do tempo comigo. Posso carregá-lo apenas nos momentos que preciso."

O Snap Projector usa tecnologia DLP e projeta imagens de até 70" com resolução de 854x480 WVGA (480P). O foco é ajustável no rolamento que fica ao lado da lente do projetor. O ajuste de "trapézio" pode ser colocado no modo automático ou ajustado nas configurações do Snap, acessíveis a um toque no botão liga/desliga do acessório.
O Snap Projector está à venda no varejo por cerca de R$ 1.099. Ele é compatível com a linha Moto Z, que já está em sua segunda geração. Os preços dos smartphones da linha partem de R$ 1.599 (o Moto Z Play). Para melhorar o áudio, os fabricantes recomendam o uso de caixas de som Bluetooth.

Snap Projector da Motorola: suporte móvel permite ajuste do ângulo de projeção | Foto: Roberto Custódio

Demanda por recursos de mídia
Segundo Thiago Masuchette, da Motorola, na época do lançamento dos Snaps, a fabricante se comprometeu a manter os acessórios compatíveis até a terceira geração da linha Moto Z. "Mas isso vai depender de onde tudo vai caminhar", ressalva, afirmando que pode ser que na quarta geração da linha os Snaps continuem compatíveis. "Pelas respostas que temos dos pontos de venda, existe mercado (para o projetor) e ele é importante."

De acordo com o gerente, o Projector não é o Snap mais procurado - o primeiro é o Power Pack, que dá horas extras de carga ao dispositivo -, porém é o que mais impressiona nos pontos de venda e o que tem maior nível de satisfação no pós-venda.

A opinião das fabricantes é que a projeção de imagens é uma funcionalidade que continuará tendo procura no futuro. "Entendemos que as mídias estão cada vez mais integradas aos smartphones. Se há dez anos assistíamos programas de TV em um aparelho, ouvíamos música e notícias de rádio em outro, acessávamos internet no computador, hoje podemos fazer tudo isso pelo smartphone", comenta Vinícius Grein, da Quantum. "Por isso pensamos nesse tipo de tecnologia integrado ao hardware, ao invés de apenas um acessório acoplado. O Quantum V foi projetado pensando no presente e no futuro, pois sabemos que os consumidores demandam por aparelhos práticos que contenham aquilo que precisam."(M.F.C.)