O uso de Inteligência Artificial em um simples aplicativo como o Prisma tem justificativa. Para o professor Sylvio Barbon Junior, da UEL, o Prisma cria modelos computacionais de como as pinturas que o app tenta reproduzir nas fotos são produzidas, seja a partir da sua paleta de cores, seja pelas suas pinceladas. "A partir do conhecimento dos tipos de arte, tenta reproduzir isso em imagens digitais. Se não tivesse IA, eles precisariam de um especialista que colocaria todo o seu conhecimento para reproduzir a obra. Com a computação, isso se torna automático." Ele lembra, entretanto, que o resultado nem sempre será satisfatório.
"Basicamente o que o software faz é ‘deformar’ uma imagem seguindo uma lógica para parecer mais com Van Gogh ou com Mondrian", opina Morandin Junior. A IA seria também responsável por identificar essa lógica a fim de aplicá-las às fotografias. "Se não conseguir dizer qual a lógica, fica chutando. Uma das técnicas de IA é quase isso: ficar chutando possibilidades até achar uma forma de chutar que acerta o gol."

Aprendizado
Todo o processamento do aplicativo é realizado na nuvem, ou seja, nos servidores do Prisma Labs. Uma possibilidade é que a companhia esteja utilizando as imagens resultantes do uso do app para melhorar o algoritmo que deixa as fotografias digitais com características próximas a de grandes obras de arte. "No momento que subimos uma imagem para fazer um processamento, aumentamos uma base de dados essencial para o aprendizado de máquina", observa Barbon Junior. (M.F.C.)