Com 71 milhões de cópias vendidas ao longo de sua história, a franquia Resident Evil lança um game realista, capaz de deixar o jogador com os nervos à flor da pele
Com 71 milhões de cópias vendidas ao longo de sua história, a franquia Resident Evil lança um game realista, capaz de deixar o jogador com os nervos à flor da pele



"Uma nova era do horror começa com Resident Evil 7 biohazard". O slogan da campanha publicitária da Capcom para o lançamento do novo game da sua franquia já consagrada parecia audacioso demais há alguns meses, quando o ceticismo tomava conta dos fãs apaixonados por jogos do gênero "survivor horror". Receio justificado, afinal, aquele Resident Evil da época de Playstation 1, que apresentou a muitos jogadores o que era verdadeiramente passar medo jogando videogame, tinha ficado no passado e os últimos games lançados pela publisher japonesa estavam mais para o gênero aventura.

Bem, pelo visto, o game parece voltar aos trilhos de sucesso. Resident Evil 7 chega com um novo formato de gameplay – agora em primeira pessoa – e consegue mesclar elementos dos jogos antigos, uma imersão absurda, jogabilidade fluída e o melhor de tudo: um jogo que coloca medo e tensão no jogador do início ao fim, principalmente quando se joga no Playstation VR – o óculos de realidade virtual da Sony. Uma experiência assustadora, para não dizer perturbadora. Os sustos e coração acelerado estão garantidos, até para os mais machões!

O leitor pode pensar que a Capcom quis aproveitar o "boom" recente dos jogos de terror em primeira pessoa, como é o caso principalmente de Outlast. É claro que essa comparação é coerente, mas Resident Evil 7 é muito mais do que isso. Na verdade, ele traz muitas referências dos primeiros jogos da franquia, como quebra-cabeças, armas com pouca munição, itens escondidos e, claro, corredores apertados onde tudo pode acontecer.

Inovação
A história é completamente nova e não faz referência aos personagens que já passaram pela série. Não se pode considerar um ponto negativo, mas inovador. Você está na pele de Ethan Winters, que está em busca de sua esposa desaparecida na cidade fictícia de Dulvey, na Louisiana, no interior dos EUA. Lá, ele encontra uma plantação macabra e se depara com a bizarra (mas cativante) família Baker, com personagens que são ponto alto do game, sem dúvida alguma.

A mudança da câmera de "over the shoulder" para primeira pessoa foi bem trabalhada pela engine da Capcom. A imersão é capaz de deixar a apreensão à flor da pele, enquanto se caminha pela mansão da família. A cada corredor, uma experiência nova. Os belos gráficos, bem polidos, ajudam o gamer a se prender em pequenos detalhes em cada cômodo visitado, na busca de itens, colecionáveis (há vários easter eggs!) e pistas sobre o que está acontecendo nessa residência sombria. Aliás, muitas cenas são nojentas, sangrentas, tudo do jeito que os fãs gostam.

Agora, quando a realidade virtual entra em cena - com o Playstation VR - existe uma mudança absurda na forma de se jogar videogame. A tecnologia o coloca literalmente dentro da casa dos Baker, a tensão aumenta, o rangido do piso velho o deixa nervoso, os locais ficam ainda mais tenebrosos e o patamar de medo ao longo do gameplay tem um ganho absurdo. Digno de deixar o jogador sonhando uns três dias com aquilo que viu no jogo. E não é brincadeira.

Com 71 milhões de cópias vendidas ao longo de sua história, a franquia Resident Evil muda de direção sem esquecer dos elementos que tornaram o game um clássico dos consoles. Transformações bem-vindas, afinal, o game não arrebatava novos fãs há muito tempo. A Capcom mostrou que trabalhou firme no jogo e daqui pra frente a série deve voltar às origens do survivor horror. O ceticismo deu lugar à esperança. O terror voltou! Ainda bem.