A atual Lara Croft é um retrato  da evolução gráfica dos games nas duas últimas décadas
A atual Lara Croft é um retrato da evolução gráfica dos games nas duas últimas décadas | Foto: Fotos: Divulgação



Ela é linda, aventureira, inteligente e com um detalhe básico: nasceu nos videogames para se tornar um ícone da cultura pop. Há 20 anos - no mês de novembro de 1996 – era lançado o primeiro game da franquia Tomb Raider (Desbravadora de Tumbas, em tradução livre), estrelado pela arqueóloga britânica Lara Croft. Ainda nos gráficos poligonais dos consoles Sega Saturno, Playstation e também PC, o jogo produzido pela Eidos Interactive vendeu sete milhões de cópias e foi bem avaliado pela crítica especializada.
De lá para cá, Lara Croft ganhou o mundo. São praticamente 20 jogos somando os "spin-offs", séries de animação, quadrinhos, cosplays impressionantes e dois filmes produzidos por Hollywood em que Lara foi interpretada nada mais nada menos que pela sex symbol Angelina Jolie. Entre altos e baixos desta jornada de duas décadas, Tomb Raider arrebatou fãs por todo o planeta, principalmente pelos seus games desafiadores, puzzles intrigantes e dificuldade no gameplay acima da média.
Nesta data tão significativa para a franquia, o ponto alto, sem dúvida, é o "lançamento" de Rise of Tomb Raider, que em novembro do ano passado chegou exclusivo para Xbox One e agora, numa edição especial "20 Year Celebration", está disponível para PS4. O game desenvolvido pela Crystal Dynamics e distribuído pela Square Enix conta com o novo capítulo no modo história intitulado "Blood Ties", modo de combate de zumbis "Lara’s Nightmare", suporte ao PlayStation VR (Realidade Virtual) e jogabilidade co-op Endurance. Além disso, Rise of Tomb Raider ganha dificuldade "Extreme Survivor", cinco skins clássicas, e um "traje + arma" inspirado em Tomb Raider III, lançado em 1998. Os DLCs também estão todos disponíveis.

A primeira versão da personagem, em seu lançamento, em novembro de 1996
A primeira versão da personagem, em seu lançamento, em novembro de 1996



Não há como negar que depois de um intervalo de seis anos sem um jogo forte da franquia, o reboot trazido em 2013 pela Crystal Dynamics e a sequência de 2015/2016 mostram como a personagem ainda é importante para o mercado de games atual. O empresário João Paulo Montenegro, da Drakon Games, relata que os novos jogos de Lara não vendem tanto comparado a outras franquias, como FIFA e Battlefield, mas salienta que "os títulos não decepcionam quem dá uma chance a eles".
Para Montenegro, o sucesso de Tomb Raider no passado era muito maior – até pela menor concorrência de games similares – mas que hoje o jogo é bem mais encorpado e atrativo. "Antes, Lara Croft era uma heroína consagrada, quase invencível, e nos games atuais ela ainda está iniciando sua jornada. Isso faz com que ela seja mais frágil, mortal, e próxima à realidade. É justamente isso que os jogadores procuram, o que chamamos de survivor, todos na linha do consagrado The Last of Us".
Tomb Raider, portanto, se tornou um jogo mais adulto, o que, para o especialista, faz com que Lara tenha um futuro promissor. "É claro que o sucesso de Lara foi muito maior na década de 1990. Mas se a produtora seguir essa linha de um personagem mais vulnerável e humano, tem tudo para abocanhar novos gamers e fãs, inclusive em outras mídias, como a produção de filmes com a personagem".