Jogadores de Watch Dogs 2 conversaram com a FOLHA e, sem dúvida, se mostraram satisfeitos com tudo que o game oferece, tanto em níveis de jogabilidade como a forma de apresentar a cultura hacker. Para eles, cada vez mais os games buscam trabalhar com o senso crítico dos jogadores.

O professor do curso técnico de logística, Felipe dos Santos Argôlo, tem 27 anos e há 18 joga videogame. Ele relatou que desde o lançamento de Watch Dogs, em 2014, achou muito interessante a ideia original de possibilitar ao jogador um alto nível de interatividade, o que veio de forma ainda mais polida no segundo jogo. "O game evoluiu em diversos aspectos. A Ubisoft apresentou gráficos melhores, mais interatividade, utilização de drones, carros de controle remoto e impressoras 3D. Os personagens não jogáveis (NPCs) estão mais inteligentes e o hackeamento online sofreu mudanças positivas, como a padronização da pontuação".

Para Felipe, é muito interessante discutir a cultura hacker e outros assuntos relacionados à tecnologia em diversos tipos de mídia, como é o caso dos videogames. "Busco sempre estar informado e atento sobre para onde a evolução tecnológica está nos levando. Como toda obra de ficção, o jogo não retrata fielmente a realidade, pelo menos não deste momento (da história), porém não estamos distantes disso". Ele contou também que os jogos estão cada vez mais apostando em questões éticas importantes para a sociedade – como é o caso da cultura hacker – e como cada decisão tem influência no que está por vir dentro do próprio game. "As nossas escolhas influenciam nos próximos capítulos e isso é muito interessante".

EVOLUÇÃO
O estudante Phelipe Massi Carlos, de 14 anos, também destacou a evolução do nível de hackeamento entre o primeiro e segundo jogo da série. O rapaz disse que no primeiro a proposta inovadora de hacker foi ótima, mas a execução do game é ruim, com o hackeamento limitado. "No segundo jogo, nos sentimos imersos em São Francisco, vivendo na pele do protagonista. Agora, o hackeamento se tornou quase infinito. Eu acompanho esse tema e acho incrível que seja discutidO em todas as formas de mídia. Teve casos de pessoas me assistirem jogando e começaram a pensar mais sobre essas questões de invasão de privacidade através da tecnologia. Os games hoje podem chamar a atenção para temas polêmicos, atraindo jovens como eu. Nada melhor, então, do que abordar assuntos atuais". (V.L.)