Foco na selfie

Pesquisas de comportamento mostram que a foto selfie é uma das mais utilizadas no Brasil | Foto: Shutterstock

À medida que a selfie conquista os usuários de smartphones, as câmeras frontais dos dispositivos ganham cada vez mais a atenção das fabricantes, passando a oferecer mais qualidade e recursos para aprimorar a foto de si mesmo. Exemplos são câmeras com sensores de resolução e abertura maiores, flash frontal, HDR (High Dynamic Range), Auto Foco, recurso de embelezamento e filtros.

"Nossas pesquisas de comportamento do usuário mostram que a foto selfie é uma das mais utilizadas no Brasil. Isso faz com que tenhamos bastante cuidado no desenvolvimento dessa funcionalidade", diz Vinicius Grein, head de Produtos da Quantum. Esse mês, a marca lançou o primeiro smartphone com câmera frontal cujo sensor tem a mesma resolução da câmera traseira (13 MP), o MUV UP. As câmeras frontais costumam ter resolução menor que as traseiras. "Este ano estamos fazendo um esforço muito grande nas nossas câmeras e não tenho dúvida de que as surpresas serão enormes. Começamos trabalhando com um dos melhores times do mundo de calibração de câmera", continua Grein.

Outros recursos citados pelo head de Produtos são o flash LED; o recurso de embelezamento - com funções que retiram as rugas, por exemplo; o reconhecimento facial, que prioriza o rosto na exposição da imagem; a função HDR e os filtros em tempo real.

Nos recém-lançados Galaxy S8 e S8+, a Samsung investiu em câmeras frontais com abertura de F1.7 para aumentar a qualidade de fotos e vídeos feitos em ambientes com pouca luminosidade, afirma Renato Citrini, gerente sênior de produtos da área de dispositivos móveis da Samsung Brasil. "Esses dois recursos já eram presentes nos dispositivos Galaxy S7, mas somente na câmera traseira. Para essa nova geração, compreendemos as necessidades dos usuários e disponibilizamos as tecnologias em ambas as câmeras." O gerente também destaca a função Auto Foco da câmera frontal da nova família Galaxy S. "É a única no mercado de smartphones a possuir esse recurso, sendo capaz de monitorar rostos e permitir que todas as pessoas da selfie saiam totalmente focadas."

Outro recurso dos novos modelos da marca são os filtros, stickers e carimbos de fotos, destaca o gerente. "Com a disseminação do uso das câmeras de smartphone, a popularidade dos aplicativos que permitem aplicar diversos efeitos para deixar as fotografias mais divertidas também aumentou." Nas outras linhas da marca, Citrini também ressalta, na linha A, a câmera de 16 MP e o botão de disparo flutuante (nos aparelhos A5 e A7), e o flash frontal na linha J (Prime e Metal).

Em pesquisa realizada pela Motorola, uma das conclusões foi que 25% dos respondentes brasileiros pagariam até 20% mais em novo smartphone com uma ótima câmera. "Essa pesquisa embasa as constantes melhorias que temos trazidos em nossos últimos lançamentos, também focando na câmera frontal, pois sabemos o quanto a selfie é cada vez mais relevantes para os usuários", comenta Renato Arradi, diretor de Produtos da Motorola. Entre as "melhorias recentes" nas câmeras dos aparelhos da marca, ele cita a câmera frontal com ângulo mais aberto - "que é ótima para selfies em grupo, e não deixar ninguém de fora", o modo de embelezamento, o flash de tela, o flash LED nos modelos da família Moto Z e o modo profissional, com ajustes manuais como aqueles encontrados nas câmeras digitais. "Se o usuário quiser ter controle total, poderá utilizá-lo para ajustar configurações como o balanço de branco, velocidade de obturador, ISO, compensação de exposição e foco."

A câmera ideal
"Dentro do mercado de smartphones, a selfie ganhou um espaço absurdo, se tornou a grande queridinha", avalia Paulo Guedes, especialista de Produtos do Zoom, site de pesquisa de preços. "O apelo hoje para a selfie é muito grande, é um recurso que recebe grande investimento das fabricantes." A resolução dessas câmeras, de acordo com ele, também vem crescendo. O mínimo é 4 MP, sendo que o ideal é pelo menos 5 MP, diz.

"Mas é importante lembrar que a resolução é apenas um fator para um selfie bacana. Só a resolução não é sinônimo de qualidade." O flash também é outro recurso a ser considerado na compra de um smartphone, sendo que existem dois tipos de iluminação nas câmeras frontais do smartphone: o flash frontal e o flash virtual. Especialmente para quem pretende tirar selfies em ambientes pouco iluminados, Guedes recomenda comprar um aparelho com flash frontal. O flash virtual, segundo ele explica, se vale apenas a iluminação da tela do smartphone.

Uma característica mais "técnica" que pode ajudar para selfies mais bonitas é a abertura da câmera. "Como o mercado está crescendo, a indústria já começa a dar atenção a esse recurso também", diz o especialista. Na prática, quanto maior a capacidade de abertura da câmera, maior o ângulo e maior a amplitude da foto, ele afirma. "A capacidade de abertura da câmera influencia na quantidade de luz que ela é capaz de detectar. É uma informação técnica, porém relevante."

O HDR (High Dynamic Range) é outro recurso que já começa a chegar nas câmeras frontais. "É um recurso mais comum em câmeras profissionais e semiprofissionais. Isso começou muito forte nas câmeras traseiras", comenta o especialista do Zoom. Conforme ele, o HDR otimiza fotos feitas em ambientes muito iluminados, atuando sobre o contraste e o brilho das imagens. As câmeras duplas também já dão sinais de que vão chegar ao mercado brasileiro tanto nas câmeras traseiras quanto nas frontais, avisa Guedes. Um dos objetivos é dar uma "amplitude maior" à foto. "Se você tem duas câmeras focando o mesmo local, com certeza vai ter uma amplitude maior, um ângulo maior. Naturalmente, a câmera vai captar mais espaço."(M.F.C.)