Tomaz Chaves, CEO da plataforma que conecta cidadãos a advogados, diz acreditar na "evolução de um meio tradicional para outro cada vez mais tecnológico" na advocacia a fim de ampliar o acesso de cidadãos a informações sobre a área, já que muitas vezes as próprias Defensorias Públicas não conseguem dar conta de toda a sua demanda. Ele também lembra que nos EUA, por exemplo, já são difundidas as "legaltechs", ou "lawtechs", startups responsáveis por levar inovação à área de Direito. "É um fenômeno que acontece no mundo todo em menor ou maior grau. O Dubbio (nome de sua ferramenta) presta um serviço de utilidade pública e além disso aproxima o cidadão do advogado."

"O Código de Ética ainda é muito obscuro em relação à divulgação de advogados pela internet. Como não consegue acompanhar as plataformas que surgem, não tem redação expressa sobre sites para captar clientes", rebate ele ainda. Em sua plataforma, o advogado não presta consultoria jurídica completa, apenas fornece informações sobre os direitos que o usuário tem a fim de atrair clientes, afirma Chaves. "Não é para o advogado encerrar o assunto via e-mail, telefone, dar consultoria jurídica completa. É para ele identificar clientes em potencial."

Para sanar dúvidas jurídicas, Thalles Takada, coordenador da Comissão de Direito Digital da OAB Londrina, recomenda a busca de informações em sites confiáveis, diretamente com um advogado ou, no caso de pessoas de baixa renda, nas defensorias públicas, que podem ser acessadas através dos Núcleos de Práticas Jurídicas das universidades. Porém, ele também ressalta a necessidade de a OAB reavaliar sua posição sobre o assunto e atualizar suas regras, já que o EAOAB, por exemplo, data de 1994, e o Código de Ética e Disciplina da Ordem, de 1995. "Eu sou a favor da tecnologia. Acho que muita coisa irá mudar."(M.F.C.)