Imagem ilustrativa da imagem 'Dicionário' é responsável pela qualidade da experiência
| Foto: Marcos Zanutto
Mestrando na UEL, Fábio Moreno desenvolveu um robô que responde a questões da área de linguística


Um robô que responde a questões da área de Linguística. Esse foi o projeto de Fábio Carlos Moreno, que resultou na criação de Tical – Tecnologia Interativa Conversacional sobre Assuntos Linguísticos, dentro de seus estudos para o mestrado na área de Processamento de Linguagem Natural (PLN) no Departamento de Computação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O projeto teve parceria com o então aluno de doutorado Édio Roberto Mânfio, do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da UEL, e contou com informações do projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e do Léxico Histórico do Paraná (LHISPAR), que forneceram ao chatbot um banco de dados de cerca de 5 mil verbetes utilizados para responder às perguntas de seus usuários. A ideia é que, com o tempo, o Tical apreenda o perfil de seus usuários e seja mais interativo, afirma Moreno. De 734 perguntas feitas ao Tical, para 627 ele apresentou respostas - um aproveitamento de 85%. Uma nova versão do robô estará disponível em breve no site da UEL.

Orientadora do projeto de Moreno, Cinthyan Barbosa - professora doutora em Processamento de Linguagem Natural (PLN) do Departamento de Computação da UEL - afirma que o primeiro chatbot foi criado em 1966 por Joseph Weizenbaum. Tratava-se de ELIZA, um sistema que simulava o papel de um psiquiatra. Desde então, muita coisa mudou. Mas, para o professor Jacques Duílio Brancher, coordenador do curso de Mestrado em Ciência da Computação da UEL, uma grande limitação ainda reside no "dicionário" dos robôs. Esse é o motivo para a experiência dos usuários com alguns chatbots não ser tão positiva. "O 'dicionário' que eles usam para poder avaliar as perguntas que as pessoas fazem é muito limitado. O problema todo é que a língua portuguesa é muito rica." Além disso, as perguntas que não conseguem resposta em muitos robôs não são revisadas, fazendo com que o seu "repertório" fique estagnado.

Diana Deeler
Lojistas multimarcas também podem "conversar" com Diana Deeler para comprar automóveis de concessionárias. A ferramenta é oferecida pela plataforma AutoAvaliar, de São Paulo. A chatbot, que pode ser contatada pelo Facebook Messenger, realizou sua primeira venda recentemente. Ao conversar com o usuário, ela apresenta ofertas de automóveis de acordo com as preferências informadas pelo potencial comprador. As respostas à robô podem ser selecionadas dentre algumas opções que aparecem no chat. Mas o objetivo, segundo Daniel Nino, sócio-diretor da AutoAvaliar, é que ela aprenda, com base nas suas conversas e no histórico de compras, o perfil do comprador e apresente a ele ofertas direcionadas.

Com cerca de 1.300 concessionárias e 15 mil lojistas cadastrados, a estrutura de call center da plataforma começou a pesar, conta Nino. Esse foi o motivo para a criação de Diana, que já contabiliza em torno de 3 mil interações, em parceria com a startup brasileira Smarters. "A ideia é que ela comece a interagir ativamente e consiga, através de Inteligência Artificial, se comunicar com um número ilimitado de pessoas de forma personalizada com custo acessível", comenta o sócio-diretor.(M.F.C.)